Manicômio assustador?!

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Sou a S/N tenho 18 anos e vim de Busan para Seul, há umas duas semanas fui a uma intervista, para ir trabalhar para um dos maiores manicômios do mundo "Dark-Hope Espace", neste momento estou a caminho de lá, o que não demora muito pois eu não moro longe, vejo um portão preto, é ali que uma nova aventura vai começar.

Toco a campainha do mesmo, ele abre-se e eu fecho os olhos, respiro fundo, avanço um passo de cada vez, e não posso mentir....a cada passo o meu coração acelerava mais com o medo, ao olhar em redor aquilo era assustador, em frente ao portão tinha um pátio, mas a maior parte das plantas nem cor tinham, e luz...o que seria isso ali...era tudo sombrio, volto a olhar para trás como uma despedida.

— Bom dia — salto com o susto de uma voz atrás de mim, viro—me e tenho a visão de uma mulher mais alta que eu, com um fardamento branco, cabelo castanho claro comprido, e a sua expressão não era nada boa, tinha um cartão pendurado por um fio no pescoço com um nome, Provavelmente o dela, e o nome do manicômio.

— Bo-bom dia senhora...—olho novamente o cartão para me relembrar do nome lá escrito — Kim Suhee — Estico a mão e a mesma a aperta.

— Deve ser a senhora S/N certo? — pode ver o seu olhar percorrer o meu corpo com cara de nojo, depois o seu olhar parou no meu e sorriu amarelo, digo que sim com a cabeça e sorriu minimamente — Desejo-lhe boa sorte, pois a partir de agora não haverá volta —Um arrepio se fez presente percorrendo da minha espinha à minha cabeça, pude jurar que os meus cabelos levantarem-se com o arrepio.

Sinto a sua mão percorrer as minhas costas para guiar-me ate a porta daquele manicômio, assim que aquele porta se abriu e eu entrei, ouvi uma voz grossa e rouca a gritar como se estivesse a descutir com alguém, o que faz com que a minha cabeça se levante para encarar a situação a minha frente.

Era um rapaz alto, o seu cabelo de castanho escuro, em certas partes pela claridade parecia preto, o seu olhar parou no meu e nesse instante vi que seus olhos eram duas órbitas negras, a maneira como ele olhava metia medo, o seu olhar percorreu cada canto do meu corpo como se quisesse decorar cada detalhe do mesmo, e de novo seu olhar parou no meu e um sorriso de canto se viu naqueles lábios finos, pude jurar ser um sorriso de psicopata, e outro arrepio tomou o meu corpo.

Os homens que o tentavam agarrar levaram-no, os segundos de demora do afastamento dele pareciam uma eternidade, eu estava presa no olhar maníaco dele. Depois dele desaparecer perante a minha visão, o suspiro saiu dos meus pulmões para a minha boca e desapareceu pelo ar.

— Vou te levar ao teu quarto, vais dividi-lo com outra pessoa — Eu digo que sim com a cabeça e a sigo.

Depois de alguns passos, chegamos a um corredor onde já existia um pouco de mais luz, mas mesmo assim era muito escuro, ela para em frente a uma porta e a abre, por de trás dessa porta estava um beliche, mais um pequeno armário e uma porta que suponho ser a casa de banho, aquele iria ser o meu quarto, entro e deixo a mala por cima da cama de baixo pois a de cima tinha os lençóis desarrumados, sinal que a outra pessoa dormia lá, ao deixar a mala, a minha mão deslizou suavemente pelos cobertores o que me deu a possibilidade de saber que os mesmos eram aspros, assim que me viro a senhora estava atenta em um papel qualquer.

— Agora se não te importares vou já te levar ao teu paciente — Assim que ela disse aquilo, o meu coração parou, eu tenho medo do que virá, será que ele ou ela eram perigosos? A duvida tomava conta de mim, mas o medo ainda era maior.

Ela avança e eu sigo-a, fecho a porta, e quando dou por conta ela já estava um pouco mais avançada, acelero os meus passos para não ficar para trás.

Eu já tinha passado por pelo menos um andar, e era assustador ouvir certas coisas, como os gritos dos doentes, muitos pediam ajuda, outros chamavam as mães, eu tinha pena daquelas pessoas, as paredes muitas estavam riscadas e escritas com frases e palavras sem sentido e assustadoras, quando subi ao segundo andar o meu coração desfez-se por completo, vi crianças ....inocentes, não que os adultos tivessem culpa, mas crianças, a pensar que aquilo era o verdadeiro mundo, para elas a felicidade nunca poderá existir, talvez o dormir para elas poderá ser o mínimo da felicidade, ou até ser o maior pesadelo . Eu queria tanto poder ajudar aquelas crianças, mudar o seu futuro, poder lhes dizer que aquilo era só um começo e que tudo iria ficar bem, mas será que poderia dizê-lo?

Em pouco tempo já tínhamos chegado ao terceiro andar, ao ultimo de todos, onde estava não só a ultima porta daquele manicómio mas também a única daquele andar, a porta era de ferro, ao contrário das outras que eram de madeira, senti o suor cair pelo meu pescoço, porque eu? Porque que eu tinha de ficar com o ultimo? Aquilo era sinal que ele ou ela era dos mais perigosos. Os meus pés rastejavam e as minhas pernas teimavam em parar por causa do medo, vejo ela levar a mão ao pequeno bolso da sua farda, e o barulho de chaves serem retiradas do mesmo, ela mete a chave na fechadura e a abre, ela abre a porta devagar e pode ver que a sala era branca o que era estranho, quando passei pelas outras, eram normais, e esta era muito iluminada, ela encosta-se a porta para me dar espaço para entrar, o meu coração ameaçava parar por completo, vou até ela, os meus olhos percorreram cada canto da sala, tinha paredes de almofada, e era grande e vazia, só existia uma cama e uma pequenina sala com uma casa de banho, ao lado da cama no canto da sala estava um rapaz sentado no chão, ele agarrava os joelhos e a cabeça estava para baixo, tinha os pulsos e tornozelos algemados a parede com fios grandes o suficiente para ele se poder mexer, aqueles cabelos e roupa não me eram estranhos.

— Jungkook, está aqui a tua nova doutora, trata bem dela por favor, não faças o mesmo das outras vezes.

A cabeça dele levantou-se e percebi que ele era aquele rapaz que eu vi na entrada, ele voltou a sorrir, as minhas pernas perderam a força, senti que ia cair mas agarrei-me a porta.

—Bo-Bom dia..... — o seu olhar voltou a percorrer o meu corpo e lambeu os lábios, abriu a boca ameaçando falar algo

—Bom dia senhora doutora, acho que nos vamos divertir muito — Se não estivesse ali aquela porta juro que já tinha caído e desmaiado.

Aquele ManicômioOnde histórias criam vida. Descubra agora