Capítulo 2 - One or All?

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"UM OU TODOS?"

LOS ANGELES.

12 DE DEZEMBRO DE 2023.

7h15min PM — 11 horas e 45 minutos para o fim da purificação anual.

Sentado sobre o sanitário, o loiro tinha ambos as orbes castanhas sobre minha face séria. Eu, gentilmente, ofereci-me para lhe fazer um curativo na sobrancelhas por onde o liquido vermelho esvai-se cada vez mais.

O silêncio era mútuo. Tínhamos muito a dizer, porém nada a conversar. Na verdade, várias perguntas cutucavam-me a mente. O que diabos ele fazia do lado de fora? Será que pretendia caçar? Por que saiu desarmado? Mas, acima de tudo, desejava confrontá-lo diante de tudo de ruim que ele fez para mim desde a última vez na qual estávamos juntos, mas não aguentaria a dor que falar novamente sobre aquele assunto me traria. Qual é! Eu mal conseguia olhar em seus olhos, pois ainda que tivesse o ajudado, não queria ceder a ele de forma alguma. E apesar de estar quieto, enquanto me observava de forma atenta, eu sabia que era isso que ele pretendia. Fazer-me ceder.

De repente, gritos fizeram-se ouvir do lado de fora. Os pipocos vindos de uma possível arma de fogo e os pedidos incansáveis de socorro deixaram-me extremamente abalada psicologicamente. Encarei a porta de madeira escura ao ver o silêncio repentino instalar-se novamente, temendo pela vida que antes pedia piedade do lado de fora.

— Está tremendo — a voz suave do rapaz sentada a minha frente trouxe-me de volta a realidade. Meu dedos trêmulos deslizavam pela lateral de seu rosto, local onde ele possuía uma pequena tatuagem com ligação a gangue a qual pertencia. Eu soltei o ar com força, ainda evitando olha-lo nos olhos; ele segurou minhas mãos. — Relaxe, amor. Estamos protegidos por um puta sistema de segurança. Iremos ficar bem!

Encarei-o, ele sorriu. Sorriu como se pudesse deixar-me segura somente fazendo tal expressão, pois sabia o quanto eu odiava e temia o dia da purificação anual. Bufei.

— Fique quieto. Eu já estou terminando — tentei soltar-me de si, mas desta vez, ele rodeou ambos os braços por minha cintura.

Eu não o encarava, mas senti seus olhos sobre mim. Ele puxou o ar com força e logo em seguida, o soltou, completamente frustrado. Repousou a testa molhada sobre minha barriga, molhando minha camiseta fina de cor alva. Eu prendi a respiração, fechei os olhos, lutei ao máximo para não correspondê-lo.

— Escute, Selena. Eu sei que você está furiosa comigo, mas...

— Não comece, Justin — eu o cortei de imediato, tentando novamente, livrar-me de seus braços. — Não há "mas". Não tem explicação para o que fez, e se há, eu não quero ouvir. Eu o deixei ficar por compaixão, e porque o alarme só nos permitirá sair a partir das 7h da manhã. Não confunda as coisas, tá legal?

— Pare com essa porra, amor... — Ele resmungou, apertando-me ainda mais, repousando ambas as mãos sobre meu bumbum.

— Pare você de tentar me confundir novamente! — Soltei-me de uma vez, afastando-me tão bruscamente a ponto de bater com as costas na cerâmica da parede de meu banheiro. — Você nos destruiu, Justin. E não há como concertar!

Desta vez eu o encarava. Segurava-me com ardor enquanto expirava em desespero para não correr para seus braços diante de seus olhos tão sentimentais no momento. Ele correu os dedos sobre os cabelos, molhando os lábios com uma lambida nos mesmos. E então, levantou-se. Aproximou-se lentamente, cada passo aumentado minhas batidas cardíacas. Eu queria correr, mas o único local para onde eu poderia ir era a banheira ao lado. E enfim, ele me encurralou. Bruscamente, pegou em minhas mãos e as pregou na parede.

12 HOURS - JELENA.Onde histórias criam vida. Descubra agora