Capítulo 3 - Reckoning.

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"ACERTO DE CONTAS"  


12 DEZEMBRO DE 2023.

LOS ANGELES

11 horas e 20 minutos para o fim da purificação anual.

Foi um sopro.

Uma série de movimentos que pareciam ter sido precisamente ensaidos. Desde o momento em que nos levantamos, até o instante em que Justin levou sua mão brutalmente contra o rosto de Oliver ao vê-lo numa tentativa de puxar-me para ele. A vela se apagou, e despencou. Nós nos separamos; Tyrone correu e levou Beverly consigo, mesmo ouvindo-me berrar para que ela não se distanciasse. Oliver foi auxiliado por Alexis, e eu, fui jogada sobre o ombro masculino de Bieber, que fora rápido ao correr escada acima.

Minha casa era razoavelmente grande. Muitos quartos, pequenas salinhas e um sotão enorme. Fiquei surpresa que Bieber a conhecesse de tal forma que pudesse passear pela mesma até mesmo diante do breu total. Seu alvo fora o último quarto. Ele entrara apressado e finalmente, me pôs de volta ao chão. Cambaleei tonta, vendo-o trancar a porta e em seguida, puxar-me para o closet do cômodo, onde ele também nos trancou.

— O que está fazendo? — Lhe questionei, preocupada com aqueles que ficaram lá fora. — Nós não podemos nos separar. Temos que ficar juntos.

— Juntos? — As sobrancelhas grossas do louro que possuía uma testa suada subiram em direção ao couro cabelo; uma risada falha saiu dentre seus lábios. — Aqueles filhos da puta querem a minha cabeça, Selena.

— Não é verdade — o contrariei, sentindo um nó em minha gargante enquanto meus olhos eram banhados pelas gotículas salgadas prestes a descer por minhas bochechas. — Eles só estão assustados, assim como nós.

— Eu não estou assustado, caralho! — Suas mãos bateram de encontro a parede, e o estrondo me fez apertar os olhos, permitindo assim que as lágrimas rolassem.

Sentei-me no chão, envolvendo meus joelhos dobrados enquanto escondia minha cabeça dentre eles. Meu interior contorcia-me de dentro para fora. A agonia era tão absurda, que a minha real vontade era de arrancar o coração do peito para enfim, desfazer-me dela. Eu queria acreditar que nada do que estava acontecendo era real, e eu o fazia de uma forma tão desesperada, que acabava por fincar as unhas na pele fina de minhas coxas enquanto pendia para frente e para trás, como se desta forma, eu acabaria por despertar.

— Ei, ei, ei — seus dedos puxaram-me, expondo-me novamente a sua face coberta por uma expressão serena; e enfim, ele me abraçou.

— Eu estou com medo, J. — admiti, apertando-o contra mim como se pudesse protegê-lo de qualquer coisa. — Por mim, por você, por todos nós.

— Não há porque, Selena. Eu jamais deixaria alguém encostar em você, nem que eu morresse por isso — sua voz soara de uma forma tão firme e sincera, que quase me esqueci de todas as vezes que acreditei em suas mentiras.

Em tal momento, questionar-me se Justin estava novamente dizendo algo da boca para fora era insignificamente para mim. O que importava realmente, quanto tempo haviamos passados ali, e se a casa já estava uma barreira a menos protegida.

— Acho que nós precisamos nos preparar, não é? — Desfiz-me do aconchego de seus braços, limpando o liquido em meu rosto no momento em que o via sorrir para mim.

— Essa é minha garota — inesperadamente, ele cola seus lábios aos meus num beijo rápido, em seguida levantando-se e estedendo a mão a mim. — Precisamos de qualquer tipo de arma: facas, armas de fogos, flecha, sei lá! Qualquer coisa que embale aqueles desgraçados.

12 HOURS - JELENA.Onde histórias criam vida. Descubra agora