Prólogo

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  — Mamãe, pode me contar aquela história de novo?

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  — Mamãe, pode me contar aquela história de novo?

  — Qual gatinho? A de Psique ou de Afrodite? — respondeu-lhe pacientemente.

  — A das garotas com cauda de peixe, mamãe! As... as... — pareceu ter dificuldade em lembrar-se das palavras, sua mãe sorrindo ao ver seu pequeno esforço. — pequenas-garotas da água!

  — Você quer dizer as ninfas da água, bebê? — sugeriu.

  — Sim, sim! As ninfas! As sereias! Quero que me conte sobre elas!

  A jovem suspirou, sorrindo e acariciando os cabelos dourados e macios da pequena criança, vendo seus grandes olhos verdes brilharem de empolgação, se sentando ao seu lado e sentindo-a colocar a cabecinha em suas pernas, esperando que começasse a narrar uma de suas histórias preferidas.

  — Mas mamãe já te contou todas as que ela sabia. Acho que as histórias estão acabando docinho. — sussurrou com falsa tristeza, rindo ao ver os olhos do garotinho se arregalarem.

  — Deve ter alguma que você ainda não tenha contado! — insistiu, mexendo as delicadas mãozinhas no ar com ansiedade, fazendo a jovem rir.

  — Tudo bem meu amor, me deixe pensar por um segundo. — ouviu-o gemer de felicidade, pondo a mão no queixo pensativamente. — Se lembra de quando eu te contei que as sereias cantam?

  A criança assentiu com a cabeça, ouvindo atentamente a mãe.

  — E porquê elas cantam, meu bem?

  — Pra conseguirem levar os pescadores bobos que as ouvem pro fundo do mar! — respondeu com certeza na voz, ouvindo-a rir e bater palmas.

  — Muito bem! Vejo que presta atenção no que eu te conto querido. — arqueou uma das sobrancelhas, tentando segurar o riso ao ver as bochechas infladas da criança.

  — Eu sempre presto mamãe! — disse em um tom ofendido, as sobrancelhas franzidas de um jeito adorável, sentindo a mãe beijar-lhe a face gordinha e rosada com ternura.

  — Estou brincando com você gatinho. Sei que você é um garoto muito, muito esperto. — baixou o rosto até encostar a ponta de seu nariz na ponta do da jovem criança, sentindo-o sorrir com o gesto. — Bem, como eu te contei, as sereias cantam uma música tão doce e suave quanto a espuma do mar-

  — Mas a espuma não é doce mamãe. Ela é salgada. Eu engoli sem querer quando fomos na praia outro dia, por isso que eu sei. — a criança retrucou com um tom indolente, vendo a mãe sorrir com sua inocência.

  — É uma hipérbole, gatinho.

  — O que é uma "hibérpole", mamãe?

  A jovem riu, empurrando o cabelo trançado para trás dos ombros, achando graça da troca de letras da criança e de sua curiosidade infantil.

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