Pare de Cantar

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Anos antes

  Uma bela mulher andava entre as pessoas do pequeno vilarejo com passos hesitantes dignos da forasteira que era, os longos e sedosos cabelos cobertos por uma túnica de veludo, a cor tão chamativa quanto a do próprio sol, que jazia queimando acima de sua cabeça. Nas mãos carregava uma caixa estampada de branco e amarelo, repleta dos mais diversos temperos e plantas. Seus olhos encaravam as casinhas e os moradores do lugar com desdém e desprezo mascarados por indiferença e apatia, ignorando os olhares curiosos que recebia das inúmeras pessoas por quem passava. Mas de repente ela se viu perdida entre as casas de cores similares, encarando o arredor com confusão.

  Há muito a forasteira andava, e estava cansada de sua longa viagem, então resolveu parar um pouco para pedir informações e comer algo, nem que fosse um mísero pedaço de pão. Logo, ela avistou uma pequena casa feita de madeira e pintada com tinta branca, a qual descascava e caía aos pedaços como o tronco de uma velha árvore. A casinha não tinha muito sobre o que se falar, apenas uma porta baixa no meio de duas janelas com cortinas pretas, enfeitadas com arabescos dourados e acima uma placa, na qual se lia os dizeres "Boulangerie Dupain-Cheng". A mulher torceu o nariz com nojo antes de entrar no lugar, ao qual julgou ser sujo e empoeirado, mas se enganou ao ver que o local era limpo e bem arrumado — mas não o suficiente para suas altas exigências. Ao pôr os pés na entrada, a mulher viu que uma senhora de meia-idade esticava uma massa de pão com as mãos sujas de farinha, sem usar o rolo. Aquilo foi o suficiente para que ela pensasse em dar meia-volta e sair imediatamente do lugar, mas a senhora logo lhe gritou para que esperasse.

  — Oh, bonjour mademoiselle! Por favor entre, entre! — disse animadamente em seu belo sotaque francês mas com um leve toque chinês, a mulher lhe forçando um sorriso educado. Os olhos amendoados da senhora tinham um tom de azul-claro mesclado com cinza, e em seus lábios um cálido sorriso lhe iluminava a face salpicada por gotículas de suor. — É uma viajante? Está cansada? Gostaria de comer algo?

  A mulher sentiu vontade de revirar os olhos diante da falação da senhora suada, mas se conteve ao retirar o capuz da capa e pousar a caixa que segurava no chão ao seu lado.

  — Sim, madame, estou a viagem. Eu gostaria de ter um pedaço de pão se possível.

  A senhora sorriu gentilmente, os olhos se fechando a medida que as bochechas se esticavam.

  — S'il vous plaît, sente-se aqui. — indicou um banco perto de um balcão que dava vista para diversas bandejas cheias de pães e alguns doces. A mulher se sentou delicada e cuidadosamente, afastando os cabelos dos ombros com as mãos. Enquanto isso, a senhora havia pego uma espátula e um prato, e com isso pôs o pão diante da viajante para que se alimentasse. — A senhorita vem de muito longe?

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⏰ Última atualização: Dec 27, 2018 ⏰

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