Fim de 15

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Ele é um filho da puta.
É, ele é.
Ele é um idiota.
O idiota que me prometeu casamento.
Ele me prometeu filhos.
Prometeu-me o mundo e tudo o que o faz ser bom.  
  Ele me prometeu amor eterno.
  Ele me prometeu filhos.
  Fidelidade.
  Companheirismo.
  Amizade.
  O seu antigo amor já tem outro amor.
  Esse fardo não é mais seu.
  Mas ele não era um fardo.
  Agora é.
  Preciso tirar ele dos meus ombros.
  Da minha cabeça.
  Da minha vida.
  Será?
  E se ele precisar de mim?
  Não.
  Não posso.
  Não devo.
  Não vou.
  Bloqueia de tudo.
  Esquece.
  Apenas 20 lágrimas.
  Não mais que isso.
  Ele não merece 22.
  Ele não merece 20 lágrimas e meio.
  Só vinte.
  Uma.
    Duas.
       Três.
  Já foi-se o tempo de se lamentar, 11.
  Já foi-se o tempo de chorar e sentir-se sozinha e vazia.
  Já foi-se o tempo de escrever poesias de amor a ele.
              Quatro.
                         Cinco.
                                      Seis.
                                                Sete.
  Oito.
            Nove. Dez.
  Onze.
   Não era para ser assim.
   Saiu do meu controle.
               Doze.
   Não pode ser assim.
   Não era.
   Onde errei?
                                      Treze.
                                                   Catorze.
  Eu ainda o amo.
  Eu ainda quero o quero por perto.
  Não.
  Apague as fotos.
  Todas.
  Esqueça-o.
     Quinze.
           Dezesseis.
     Dezessete.
  Só mais três.
  Ele merece só mais três gotículas de ressentimento.
Só mais três.
Três lágrimas para tudo acabar.
  Dezoito.
                    Dezenove.
   A última.
   Mais ressentida.
  O fim.
  O fim do livro.
  O fim da página final.
  Não existe mais 15.
Vinte.
  15 morreu.
Acabou, 11.
  Acabou.

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