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Um barulho estridente ecoou pela casa, assustando a garota que olhou em direção a porta, porém, a escuridão não permitia que fosse possível ver algo além dela. Ela tinha o péssimo habito de fingir que o restante da casa não existia, por isso não costumava acender as luzes. Com a coragem que surgiu de repente, Dahee pegou um de seus objetos e caminhou até a cozinha, temendo que sua casa tivesse sido mais um alvo dos invasores noturnos que a polícia lutava para encontrar durante a última semana.

A garota percorreu a casa, ligando as luzes que encontrava. Ao chegar o último cômodo, respirou aliviada. O pequeno gatinho que costumava alimentar havia entrado em sua casa e feito uma bagunça com as panelas. O felino albino parecia assustado, então ela abaixou-se e começou a acariciá-lo.

"Não tenha medo amiguinho. Como você conseguiu entrar aqui?" Olhou ao redor e percebeu que nenhuma das portas estava aberta, concluiu que ele deveria ter a acompanhado quando chegou.

Depois de tentar acalmar um pouco o animal, dedicou-se a arrumar aquela bagunça. Evitou ao máximo olhar o relógio digital que ficava na geladeira, mas ao se aproximar do aparelho para tomar água, foi impossível não perceber que já se passava da meia noite.

Virou-se para ir novamente a seu quarto, ainda com o copo de água em mãos, assustou-se ao ver em meio ao breu do cômodo marcas vermelhas como sangue, como se fossem dois olhos que a encaravam na escuridão. Seu medo a fez soltar o copo, que a fez fechar os olhos pelo barulho, e ao abri-los os pontos vermelhos não estavam mais lá.

Era apenas uma ilusão? - pensou, esfregando os olhos - Devo estar muito cansada, preciso dormir.

Com cuidado, limpou os pedaços do copo que se espalharam pelo chão, e caminhou até o local de sua ilusão, apertou o interruptor para ligar a luz, mas nada aconteceu. Respirou fundo quando percebeu que estivera negligenciando a muito tempo a casa, e agora seria forçada a trocar a luz. O que seus pais pensariam se ela não o fizesse?

A luz finalmente acendeu, ao mesmo tempo que um som estranho soou, o qual a fez virar abruptamente em direção do local. Seus olhos arregalaram-se e seu coração batia cada vez mais forte em seu peito. O jovem rapaz que estava agora em sua frente, começou a se aproximar, deixando-a ver perfeitamente seus profundos olhos de íris vermelhas.

Red Eyes - Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora