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"Eu Carolina Duarte, não irei mais lhe ajudar em nada."

Eu não acredito. Meu mundo desabou, eu levantei do meu acento na velocidade da luz ainda de costas toda coberta pelo moletom, assustando ambos quando virei em direção a eles.

Nunca vi os olhos de Carol tão esbugalhados.

-- Eu posso explicar. - disse ela vindo em minha direção sendo acertada por minha palma em sua bochecha branca.

-- Eu não acredito, eu confiei em você, eu considerava você uma irmã. - minha lágrimas saiam e eu não sabia se era de tristeza, raiva, decepção ou todos os sentimentos misturados.

-- Barbara eu juro, eu só fiz pois precisava de dinheiro. - assim que a última palavra saiu de sua boca eu lhe dei outro tapa já avançando em cima da mesma.

Nunca gostei de brigas ou agressões, mas naquele momento eu estava cega, completamente possuída por um sentimento indecifrável.

-- De todas as pessoas você era a única que eu jamais esperaria. Você mais do que ninguém sabe que até na minha mãe eu não confiava a esse ponto, mas fazer o que, né? Não podemos esperar das pessoa o que fazemos de bom para ela.

-- Eu já disse que tinha prioridades - disse ela chorando.

-- Ah claro, mas por qual motivo você não vendeu o seu corpo para esse traste? Me fala, nunca sentiu, nenhuma vezinha' se quer, arrependimento???

-- Eu senti e é por esse motivo que estou aqui cancelando com ele isso tudo.

-- Eu juro que você deve estar brincando, foi 7 fudidos anos da minha vida, nossa amizade tem 10 anos, isso nunca pesou na sua consciência? PORRA EU SEMPRE DEIXEI CLARO QUE O QUE TU PRECISASSE EU ESTARIA AQUI, TU SABE O QUANTO EU RECEBO, EU PODERIA TER TE AJUDADO. - respirei fundo e abaixei o tom de voz em um sussurro - Espera, se ele te deu bastante dinheiro, para o que era?

-- Meu pai, você sabe das cirurgias que eu não podia pagar. - eu fui obrigada a rir.

-- AMADAAA????? QUANTAS VEZES EU NÃO MENTI PARA MINHA MÃE PARA PODER TE DAR DINHEIRO POR CONTA DO TEU PAI, QUANTAS VEZES?

-- Várias - disse em um sussurro.

-- EXATO, VÁRIAS E EU FARIA MUITO MAIS SE PRECISASSE E É ASSIM QUE VOCÊ ME AGRADECE? ME USANDO COMO UMA MÁQUINA DE DINHEIRO? O QUE VOCÊ PENSA QUE EU SOU?

Não esperei ela responder, simplesmente sai empurrando eles e corri para onde eu nem sei. Quando senti minhas pernas doerem e o meus pulmões sentir falta do ar parei.

Estava em um praça vazia, sentei debaixo de uma árvore e chorei, chorei os 7 anos de sofrimento, chorei a traição de Carol, chorei por ser uma idiota covarde e chorei por chorar, chorei pois precisava.

Como num filme, o céu escureceu rápido e logo senti gotas de água acertarem minha pele se misturando com as lágrimas.

Minha garganta coçava e um grito alto e estridente saiu de meus lábios, eu gritei e soquei o chão descontei as frustrações da minha vida naquele chão imaginando o rosto de Jorge lá, imaginando a cara da vadia' da Carol.

Uma dor em meu peito se fez presente, me sentia mais vazia do que o normal, algo forte, uma tristeza, minha real vontade era me jogar na frente de um carro e dormir e nunca mais acordar, para toda a existência da terra, quando decidi realmente fazer isso vi um carro virando uma rua com velocidade.

"É aquele"

"Não faça isso"

Meu subconsciente ditava, mas eu estava certa, todos os problemas terminariam ali, quando aquele carro passasse por cima do meu corpo e colocando um ponto final em tudo isso.

𝐿𝑖𝑔ℎ𝑡 𝐴𝑛𝑑 𝐷𝑎𝑟𝑘𝑛𝑒𝑠𝑠 [𝐽𝑘 𝐼𝑚𝑎𝑔𝑖𝑛𝑒]Onde histórias criam vida. Descubra agora