Me torno uma verdadeira heroína

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O subterrâneo era bem escuro. Apenas algumas poucas velas na parede eram toda a iluminação do local, tornando tudo bem estilo filme de terror.
O caminho que precisávamos seguir foi fácil deduzir pois o túnel só levava para uma direção. Caminhamos durante um bom tempo e não se via nada diferente, até que sons baixos começaram a aparecer.
Pareciam sibilos, mas estavam muito baixos para saber o que era e muito escuro para se ver algo, e por alguma razão eu ouvia vozes, como se os sibilos estivessem misturados a uma pessoa falando. Sacamos nossas armas e ficamos preparados, havia algo e poderia atacar a qualquer momento, o nervosismo de Glimmer comprovava isso.
Chegou um ponto que os sibilos ficaram altos e próximos, ao nosso redor. Jake resolveu tirar uma vela da parede para iluminar o local, e quando ele iluminou o chão ao nosso redor..
Estava cheio de cobras! Quer dizer, não eram cobras normais. Tinham uma aparência monstruosa com dentes maiores e olhos completamente vermelhos.
Elas estavam se aproximando, sibilando mas a parte mais estranha era que eu entendia o que elas diziam:

-Vamos matar vocês!-dizia uma cobra-monstro.

-Vamos torturar, depois matar!-dizia outra.

A pronto, agora eu falava com cobras. Mas já tinha ficado tudo tão louco em tão pouco tempo que nem me dei ao trabalho de ficar assustada ou sem reação, apenas respondi elas:

-Afastem-se, ou morrerão!-falei.

Jake e Glimmer olharam para mim de olhos arregalados.

-Hã,Johanna? Isso não é hora para fazer sons estranhos e aleatórios.-Diz Jake.

Sons estranhos? Ah, bem, isso quer dizer que eu não tinha mesmo enlouquecido e havia mesmo entendido e respondido as cobras.

-Eu consigo entender elas e falar com elas.-expliquei.- Não sei como mas consigo.

Jake deu de ombros.

-É possível, já que...

-Depois conte as lendas! Foque em falar para elas irem embora Johanna!-interrompeu Glimmer.

Ela estava certa. Virei-me aos monstros e disse:

-O que querem de nós? Não iremos lhes fazer nenhum mal se não nos atacarem.

Elas chiaram como se rissem.

-Ingênua, não estamos aqui para negociar paz. Mesmo que você seja uma filha dele, não importa. Não gostamos dele mesmo. Asclépio, banalizou nossa imagem! As cobras normais não são temidas como eram nos tempos antigos! E seu pai fez delas seu mascote, mas nós somos monstros também, não precisamos seguir essas influências.-diz uma cobra-monstro.

Tudo bem, meu pai tinha relação com cobras. Ela disse que eram mascotes do meu pai. O que quer que isso queira dizer vou ter que deixar para descobrir depois.

-Então que assim seja!-brandi minha espada quando a primeira atacou.

Haviam muitos monstros, mas felizmente tínhamos Jake. Só ele varreu mais da metade dos monstros. Que eu me lembre, Apolo não era um deus-guerreiro como Atena ou Ares, mas Jake era tão feroz quanto um filho deles. Eu e Glimmer acabamos com os que sobraram.
Assim que a batalha acabou, eles se viraram para mim.

-Por favor, não perguntem. Nem eu sei o que aconteceu.-disparei antes que perguntassem algo.

-Relaxe.-Disse Jake limpando o pó de monstro de suas roupas.- O animal sagrado de seu pai é a cobra. Geralmente não conseguimos falar a língua dos animais sagrados de nossos parentes divinos, mas você tem esse dom! Maneiro.

-Bizarro.-Corrigiu Glimmer.-Embora útil.

Esboçei um sorriso e continuamos andando. Não houveram mais monstros mas eu ainda estava assustada. O subterrâneo trazia energias pesadas. Lembrei das lendas que minha mãe contava sobre o Submundo de Hades, eram legais de se ouvir mas vivenciar isso não era uma ideia muito atrativa.
Enfim chegamos ao final do túnel e ele se abriu em uma grande sala. Haviam muitos livros por ali, e alguns instrumentos, aparentemente de tortura. Quando passei os olhos no canto da sala vi uma pessoa desmaiada...minha mãe!
Corri sem pensar duas vezes mas uma sombra muito rápida desceu a minha frente e me golpeou no rosto, e fui jogada longe.

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⏰ Última atualização: Jun 19, 2018 ⏰

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A filha de AsclépioOnde histórias criam vida. Descubra agora