A rua estava tranquila, as residências, de aspectos modernos, eram banhadas pela luz do sol. De forma que já estava quase se pondo, a esfera de energia transmitia tons suaves alaranjados em divergências com as cores fortes das casas.
Ainda com o silêncio incômodo sobre eles, [S/n] se questionava se ela deveria falar alguma coisa com o rapaz.
Apesar de ter sentido medo naquele momento, percebeu logo depois de um tempo caminhando que o sentimento não fora provocado exatamente pelo loiro, e sim por causa das lembranças ainda vívidas em sua mente e corpo. Lembranças essas que trouxeram de volta a sensação de pavor, juntamente com a impotência de não poder fazer nada diante da morte. Os olhos dele estavam tão cheios de raiva que a fizeram lembrar-se imediatamente dos vilões. Porém, ainda assim, não culpava o Bakugou, ele a havia avisado sobre a raiva, sem contar que ela havia visto ano passado como ele poderia agir quando com raiva.
Engolindo em seco, ainda estava mergulhada na dúvida de puxar diálogo. E se o irritasse novamente? O garoto parecia ser do tipo que não gostava de receber ajudar. O que fazer?
A estudante estava tão concentrada em seus pensamentos que quase passou direto pela própria casa, só se tocou quando ouviu o cachorro do seu vizinho latir. [S/n] deu um pequeno pulo pelo susto e virou-se para a porta da residência.
Bakugou observou calado, enquanto a jovem colocava os livros no chão e mexia na bolsa, provavelmente procurando a chave. Desde que se descontrolara, resolveu que deveria ficar calado para não afastar a garota de si mais do que já fez. Ele não era alguém que se arrependia do que fazia, sendo mulher ou homem, para ele não fazia diferença alguma. Todavia, o fator do que a menina presenciara o fazia sentir-se culpado por a ter assustado.
Tinha plena certeza de que a havia feito entrar em pânico, viu no olhar dela que a fizera sentir – ou re-sentir, no caso – aquilo que com certeza queria esquecer. Deveria afastar-se dela, sabia disso, era uma péssima companhia para a garota. Sendo incontrolável como era, podia machucá-la novamente, então, a melhor decisão seria a de ir embora.
Era o que deveria fazer, mas...
Mas, infelizmente, haviam prioridades.
Prioridades essas que incluíam um sentimento irritante dentro de si, e que o fazia não querer se afastar.
Bem contraditório na verdade.
Porém, esse mesmo sentimento o fazia pensar que sumir da vida de [S/n] poderia piorar a situação para ela, de alguma forma sabia disso.
Tão irritante.
Quando viu que a outra já abrira a porta e agora encarava o chão meio hesitante, percebeu que era melhor agir.
"É agora ou nunca.", foi o que pensou, enquanto cerrava os punhos.
- Ei, Nerd. – Levantando o rosto, viu surpresa em seus olhos. – Se você não quiser me ajudar mais, eu vou entender.
Katsuki praguejou internamente ao perceber o que dissera. Se queria que ela não ficasse longe de si, deveria ter usado outras palavras, pois estas pareciam que iriam facilitar na desistência da mesma.
- Por que você acha que eu desistiria? – A estudante franziu a testa, confusa.
[S/n] não imaginava que fosse o loiro a falar primeiro, justamente enquanto ela juntava coragem para iniciar a conversa.
- Eu quase te machuquei. – O rapaz justificou, e resolveu 'mandar a real' para a menina, afinal, mesmo que ele não quisesse a separação, não adiantava se a mesma não quisesse também. - Se você continuar ao meu lado provavelmente eu posso acabar o fazendo... – Ele suspirou, se perguntando quem em sã consciência andaria com alguém tão inconstante como ele.
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Watashi no Hero - Imagine Bakugou Katsuki
Fiksi Penggemar[S\n] era só uma estudante qualquer do curso de Estudos Gerais. E só o que se passava pela cabeça da menina era se formar e entrar em alguma faculdade para enfim trabalhar no emprego dos sonhos. Mas nunca se passou pela cabeça da jovem que, por cau...