Bells - Chapter Two

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OBS ANTES DE COMEÇAR O CAPÍTULO: Eu sei que se isso acontecesse, o casamento provavelmente seria tradicional Japonês, mas eu só pensei nisso quando já era tarde demais e eu preciso disso pra o plot ok? Ok.

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   Se Izuku já não gostava de usar gravatas antes, agora ele odiava com todas as suas forças.

      Ele sentia que o tecido da gravata apertava levemente seu pescoço, fazendo ele puxa-la um pouco para baixo constantemente apenas para se sentir desleixado momentos depois e voltar a usa-la do jeito anterior.

      O problema era que ninguém além dele e sua melhor amiga Ochako Uraraka, que estava que estava a uma viajem de carro de pelo menos uma hora de distância, sabiam o real motivo de seu grande desconforto e agonia interna.

      O esverdeado teve, por grande parte de sua paixão não correspondida, a ideia que era melhor ter Shoto Todoroki em um relacionamento platônico e ter que vê-lo com outra pessoa do que não tê-lo a seu lado, e nunca pensou que o bicolor o querer na vida dele seria algum dia seu maior problema. Não é necessário dizer que ele estava errado, e que estava, no momento, repensando todas as suas escolhas de vida, e se perguntando em que momento havia cuspido em algo tão sagrado que certo deus o odiaria por tanto tempo. No final ele chegou a conclusão de que ele estaria pagando pelos crimes de algum ancestral.

      Midoriya era o tipo de pessoa que ficava super animado com casamentos, e as vezes até chegava a chorar, porém, talvez por estar perdida e tolamente apaixonado pelo noivo, um de seus melhores amigos e o homem pelo qual ele concordara em padrinho, o casamento em que estava acabou por não ter o mesmo efeito nele que o resto.

      Ao andar pelo corredor de chão feito de madeira escura, Izuku notou que os raios de sol entravam suavemente pelas janelas, mesmo que o clima não estivesse quente, e se permitiu um sorriso fraco e beirando o sarcástico ao perceber o quão lindo e aconchegante era o 'dia em que ele perceberia o quanto fora idiota', como sua amiga Ochako constantemente gostava de chamar, recebendo protestos do esverdeado. No entanto, para o desespero de Izuku, até o presente momento, a teoria de sua amiga não se provara errada em momento algum.

Quando passou pelo corredor e encontrou a porta que estava procurando, o garoto se viu encarando as costas de um certo bicolor cobertas por um terno branco bem arrumado. Todoroki Shoto se encontrava tentando realizar algo e falhando miseravelmente em frente a um espelho que tomava lugar no lado oposto do quarto a porta, o que explicava a bela visão que Izuku recebera.

      Todoroki logo percebeu o esverdeado pelo reflexo no espelho, e dando um suspiro de desistência quase imperceptível, se desconcentrou do que estava fazendo e virando e deixando a gravata preta desamarrada para sorrir em direção do outro, que se encontrava parado estaticamente ao arco da porta de correr em que ele segurava com uma mão com tanta força que a julgar pela expressão facial do esverdeado e o estado de suas bochechas coradas, foi um milagre que ela não se despedaçou em milhares de pedaços.

Ao ver o maior sorrir de uma maneira tão singela e em um terno tão bonito, Midoriya acreditou que havia morrido e ido ao céu, até que lembrou de que toda aquela arrumação não era para ele, mas sim para a amiga de Shoto de longa data, Momo Yaoyorozu.

       Izuku sabia que não era saudável ficar sentindo pena de si mesmo e nutrindo aqueles sentimentos infundados, que tomavam suas forças como parasitas se alimentando de um hospedeiro, mas superar e aceitar a realidade era algo em que ele nunca fora muito bom.

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