Capítulo sem título 3

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Capítulo 3

O movimento no Tropicaliente estava no auge, todas aquelas mesas laranjas estavam ocupadas e as banquetas do balcão também. O bar oferece aos seus clientes várias mesas ao redor de uma pequena pista de dança, além é claro de um bar completo com os melhores bartender da região.

Por eu achar a decoração um pouco exagerada, muito colorida, é uma explosão de cores de tons fortes com alguns "lençóis" colocados em vários cantos do lugar, todos eles sendo de um tecido bem brilhoso. Da a impressão de que os donos misturaram tendas árabes com o colorido do mexicano e acrescentou uma pitada de sensatez, pois apesar tanta informação o ambiente é maravilhoso, tudo se encaixa como se fosse uma bela valsa.

Acho demais para o meu gosto, mas todos que trabalham aqui são maravilhosos, o atendimento é ótimo, todos são educados e muito paciente com os clientes, pois várias vezes precisei de ajuda e eles me ajudaram a pôr o pessoal que bebeu demais em taxis.

Estávamos andando entre as mesinhas para ver se encontramos alguém conhecido, quando o Du pergunta se vamos querer beber alguma coisa, eu logo me adianto e digo que quero um Manhattan (é um coquetel feito com uísque, vermute doce e bitters - essências de ervas aromáticas), a Lu um caipirosca de maracujá (é como se fosse uma caipirinha, onde se troca cachaça por vodca) e o Nando uma cerveja. Com todos os nossos pedidos Du foi para o bar e nós encostamos em uma pilastra próxima a pista de dança.

Conversando sobre o Yan e o que iriamos fazer para ele na segunda feira, sinto um calor em minhas costas e sei que tem alguém me olhando. Na posição que estou não tenho quase visão do lugar, mas sei o que posso fazer para conseguir ver algo. Digo a turma que vou ao banheiro e disfarçadamente vou olhando para todos os lados, até acha-lo.

Me aproximo da porta do banheiro e tenho uma visão privilegiada de todo o salão, vejo meus amigos na pilastra a leste e o meu observador, que agora sei que é aquele ruivo, a poucos passos de onde eu estava, noto também que o Du está indo para onde eu estava levando as bebidas, dou uma olhadinha no espelho que fica perto da porta do banheiro e volto para juntos dos meus amigos.

Quando estou quase nas costas do Nando, sinto uma mão em meu ombro direito, me afasto para ver melhor quem é, o ruivo com o seu sorriso pasta de dente. Ele está vestindo uma calça jeans escura com uma camisa preta e sapatos sociais pretos.

- Oi!

- Oi!

- Não te vi mais na cafeteria, pensei que não iria lhe ver mais.

- Eu trabalho próximo aquela cafeteria, mas não sou frequentadora assídua dela. Com licença.

- Espera, eu ainda não sei o seu nome. Eu me chamo Fabiano.

- Prazer, me chamo Vera, mas preciso voltar para meus amigos, minha bebida deve estar esquentando. A gente se vê por aí Fabiano.

- Poderíamos dançar depois?

- Claro, porque não?!

- Certo, até mais tarde.

Volto para o meu grupinho quando vejo no rosto da Lu, um sorriso de quem vai aprontar. E já solto a minha...

- Nem vem Lu, não adianta "apertar sem abraçar".

- Eu não disse nada, doida!

- Te conheço minha amiga, "compra quem não te conhece". Esse seu sorrisinho não engana ninguém.

- Amiga ele é um gato e está há um tempão de olho em você, de uma chance ao homem, o máximo que pode ocorrer é você dar um fora nele depois. Tira uma casquinha, dá umas beijocas nele boba.

Um Olhar PerturbadorOnde histórias criam vida. Descubra agora