Capítulo sem título 6

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Capítulo 6

Não acredito que tive coragem de disser isso, mas tudo compensou com o sorriso que ele deu junto com aquele brilho no olhar como resposta. Lentamente ele se afastou de mim, deu-me um celinho, pegou em minha mão. Desci do banquinho onde estava e fomos em sentido ao caixa e depois para a saída.

Não houve palavras, mas esse silêncio não era constrangedor e sim acolhedor. Seguimos para o estacionamento e paramos em frente a uma moto maravilhosa.

Foi quando lembrei que tinha que avisar a Fatima que não voltaria para casa "hoje", sabendo que meia noite já havia passado há faz bastante tempo.

- Preciso dar um telefonema, me de uns minutinhos?

- Claro, fique à vontade.

Enquanto eu discava para minha amiga, notei que ele parou em frente a uma Suzuki Boulevard, preta cromada, de tirar o fôlego, nela haviam dois capacetes presos por uma corrente grossa.

O telefone só tocava, caindo direto na caixa postal, resolvi mandar uma mensagem avisando sobre o que estava acontecendo para ela não se preocupar.

- Tudo certo?

- Não consegui falar, mas mandei uma mensagem para ela avisando. Bela moto!

- Obrigado, vamos?

- Vamos, mas para onde?

- Eu pensei a minha casa, mas pode ser para onde você quiser ir, sua casa?

- Minha casa não, não vamos correr o risco de ser pegos.

- Pode ser a minha.

- Você sempre levar mulheres para a sua casa?

- Não.

Fez uma careta e me entregou o capacete. Montou na moto e me deu sua mão me ajudando a subir em sua garupa. Acho que não gostou do que falei, mas não respondeu nada.

Agarrada em sua cintura fomos andando pelas avenidas da cidade. O vento frio da madrugada me fez encostar mais nele, me protegendo do vento e aproveitei para tirar uma casquinha.

Não sou boba, né!?!

Chegamos em frente a uma casa de tijolinhos a vista, ele parou a moto, abriu-se a porta da garagem e ele entrou, depois desligou a moto, me ajudou a descer e depois foi sua vez, fechando logo em seguida o portão da garagem.

Olhei ao redor e notei que havia um carro, não identifiquei qual, pois ele havia parado ao lado, somente sei que era de cor prata e parecia ser um modelo sedã, pois ela bem grande.

Fabiano pegou em minha mão e fomos em direção a uma porta branca que estava na lateral da garagem. Destrancando-a, abriu e fez um movimento com a mão para que eu passasse primeiro, assim o fiz e cheguei em sua lavanderia, onde encontrei uma máquina de lavar roupas, modelo de tombamento, (aquela que a porta fica na frente), próximo a ela havia um tanque escuro com gabinete e alguns baldes, um dentro do outro, ao lado. Engraçado não vi nenhuma vassoura, rodo e coisas desse tipo. Será que ele não limpa a casa?

Ele passou por mim, abriu uma outra porta e entramos em sua cozinha. A cozinha dos sonhos. Ela era belíssima, tinha vários armários, uma pia dupla, uma lava louças, a geladeira era de duas portas, um fogão cooktop, micro-ondas e em uma parede haviam uma variedade de utensílios de cozinha pendurados na roda banca, como se fossem destaques dentro daquele ambiente totalmente organizado.

Enquanto eu meio que babava na cozinha dele, ele seguiu para sala e ascendendo a luz. O conceito de ambiente aberto era maravilhoso, da onde eu estava conseguia ver todo a andar, havia uma pequena mesa redonda de jantar e em seguida a sala com seus sofás azuis, uma pequena rack na parede lateral onde se destacava uma televisão grande. Não havia muitas coisas em cima da rack, uma árvore de pedras vermelha, um aparelho de DVD, uma pequena cesta onde havia chaves, ao lado ele colocou a carteira e virou para mim e perguntou:

Um Olhar PerturbadorOnde histórias criam vida. Descubra agora