What Can I Do | DAY6

Capítulo Nove

Nem Sungjin nem Junhyeok foram para a escola na segunda. Nem na terça. Muito menos na quarta. Na quinta, a mesma coisa e todos já estavam preocupados. Apenas Younghyun e Wonpil ouviram a discussão dos dois garotos na casa de Dowoon, no sábado, e não queriam contar aos amigos pois sabiam que era algo pessoal demais. O Kang tentou falar com Eunji sobre o Im, mas nada adiantou, enquanto que Wonpil tentou ir até a casa do amigo mas este não quis lhe atender, sua mãe apenas disse que ele estava muito doente.

Younghyun suspirou pesado enquanto apoiava as costas no tronco da árvore a qual pegavam emprestado a sombra e fechou os olhos, tentando arrumar um jeito de resolver aquela situação. Jae deitou a cabeça em seu ombro e Wonpil sentou-se de frente para os dois. Estavam apenas os três já que Dowoon foi chamado para organizar a decoração do festival.  O mesmo aconteceria na semana seguinte, no último dia de Outono e sua transição para o inverno. Geralmente, as apresentações eram ao ar livre pois sempre nevava e era bonito, naquele ano não seria diferente. Os três ali presentes apenas queriam poder ter a chance de tocar.

— Por que não podemos simplesmente chamar outra pessoa para cantar no lugar dele? — Jae perguntou e os outros dois pareceram ofendidos.

— Não posso fazer isso, Sungjin é meu melhor amigo! — Wonpil disse, irritado, e Jae olhou para o namorado tentando buscar algum tipo de força.

— Não podemos. Sungjin é insubstituível. Sua voz é única. — os três suspiraram outra vez e Younghyun voltou a fechar os olhos. — E também, quem iria querer cantar conosco? Ninguém gosta de bandas nessa cidade e o festival é em oito dias. Não tem como...

— Park Sungjin é um idiota! Por que era tão difícil aceitar os sentimentos dele pelo Junhyeok?! Agora por causa disso estamos sofrendo e ele nem mesmo se importa sendo que foi o próprio quem quis criar essa banda! — Wonpil voltou a gritar e levantou-se, pegando o celular.

Ele teclava rapidamente alguma coisa enquanto se afastava e Younghyun quis gritar para que ele não fosse embora, mas Jae o impediu alegando que tudo ficaria bem logo e que era para deixar o mais novo sozinho por enquanto. Entretanto, nada estava bem.  Wonpil tentava se controlar para não chorar, ele estava irritado e preocupado e não sabia o que faria caso conseguisse falar com Sungjin, mas sabia que precisava fazer aquilo sozinho. Afinal, tinha sido sua culpa também.

Escapou das últimas aulas sem que o vigia o visse e saiu da escola, ainda tentando fazer com que o amigo atendesse o telefone. Ele andava pelas ruas silenciosas de Seul, pensando se tinha feito errado em "ajudar" Sungjin a descobrir o que sentia por Junhyeok. Sentia-se mal a cada momento em que aquilo se passava por sua mente, e agora não sabia mais o que fazer. Ficou perdido em seus pensamentos e nem reparou para onde estava indo, apenas o fez quando viu alguém que reconhecia muito bem.

Os cabelos longos e castanhos estavam voando na direção do vento enquanto a garota procurava alguma coisa na bolsa. Wonpil abriu um sorriso largo e puxou o ar para poder gritar antes de correr:

— Noona!

A garota o encarou assustada mas quando o viu abriu um largo sorriso. Essa garota era Park Haera, irmã mais velha de Sungjin. Haera trabalhava como advogada em Gangnam e possuia um apartamento lá mesmo mas, vez ou outra, aparecia ali para visitar a família. Pil e Sungjin já tinham cultivado aquela amizade há anos e por isso conhecia a garota. Ela estava no ensino médio na época em que os dois garotos se conheceram e sempre ficava do lado do mais novo quando ele e seu irmão brigavam.

— Pil! — ela gritou de volta e o abraçou apertado. — Quanto tempo, meu pequeno!

— Pequeno? Noona, eu não sou mais pequeno! — ele resmungou e Haera deu uma risada. — Não sabia que viria, noona. Se soubesse, já tinha pedido sua ajuda...