A cadeira de neve

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Imagine: uma cadeira totalmente branca, com detalhes tão mínimos que mal dá para ser ver, de longe ela parece estar novinha em folha, mas quando se olha de perto podemos ver algumas marcas de idade, como a tinta saindo na parte de baixo dela.

Encontrei ela desse jeito, sem dono. Parada no meio de uma pequena floresta.

Ao redor dela, muitas pessoas passam e nenhuma se pergunta de onde aquela cadeira totalmente branca e limpa tinha vindo, ela realmente não tinha um arranhão sequer.

Embaixo dela muitos insetos passavam, entretanto nenhum ousava tocar naquela cadeira, nenhum mesmo.

Fiquei me imaginando sentada naquela cadeira, contudo, não a analisei com cuidado para ver se ela estaria quebrada ou não, então possivelmente eu sairia com o bumbum machucado, sabemos que ninguém gosta de passar vergonha.

Mas eu sempre me imagino ali, sentada, desenhando as pessoas passando.

Aquela cadeira possivelmente vai passar os últimos momentos da "vida" dela ali, sozinha, em um quase perfeito estado.

Mas sabemos o que irá acontecer com ela se ficar ali por muito tempo, pegando chuva... Cupim... Com o tempo ela quebra...

Com o tempo ela cai....

Com o tempo ela se decompõe...

Com o tempo ela vira glicose para outra árvore e com isso volta a ser madeira.

Parace até a nossa vida se parar para pensar: somos uma árvore em constante mudança, em alguma hora somos quebrado e transformados em alguma coisa, no nosso caso em alguém que não queremos. Logo depois começamos a envelhecer, deteriorar... Morremos e somos decompostos e voltamos para a natureza.

Entretanto, não quero que você tenha uma crise existencial, então não pense nisso.

Obrigada por ler até agora...
Obrigada mesmo...

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