A Descendência "Profecia das Sombras" (REVISANDO)

Cont. "Prólogo"

Meus olhos foram direto aos meus pais. Quando vi que estavam feridos não pude conter as lágrimas, e desabei a chorar. Meu pai caído no chão com o corpo ensanguentado parecia estar tendo uma hemorragia interna.
 Minha mãe ao lado, segurando as mãos dele, era notório os cortes horríveis por todo seu corpo, foram feitos com algum tipo de faca, mas não uma faca qualquer. Queria correr até eles e ajuda los, pelo menos tentar fazer aqueles ferimentos sumirem, iguais aos meus, mesmo não sabendo como fazer tal ato, queria ser útil. Porém estava assustada demais para ir até lá. Podia sentir o sofrimento e a dor de ambos. 
Quem faria uma crueldade tamanha a pessoas inocentes como eles?. Quem? e por quê?. Se eu tivesse chegado antes, talvez a empregada não estivesse morta e poderia ter a chance de ajudar meus pais, com seja lá o que fosse e com quem causou tudo isso.

  Enquanto observava aquela cena, todos os momentos felizes ao lado deles passaram pela minha mente. Filha única, mas nunca tinha me sentido tão sozinha até aquele momento.
  Eles eram tudo para mim, as únicas pessoas que me deram todo amor, carinho e cuidado do mundo e nem ao menos pude retribuir. Me sentia inútil, tais pensamentos eram até irrelevantes naquele momento.
  Encontravam se feridos e não pude fazer nada, sempre estiveram ao meu lado, até aquele cara aparecer.
  Ele era alto , usava uma capa preta que cobria até o seu rosto, exalava maldade por todo seu corpo e em suas mãos segurava uma espada enorme e super afiada, estava coberta de sangue que chegava escorrer de sua espada e pingava no chão. Sabia que era sangue, a cor era um tom dourado sintilante, mas o odor era de sangue. Foi a coisa mais sobrenatural que já tinha visto. Meus talentos nem se comparavam ao que estava acontecendo naquele instante. O que era aquilo? Daquela cor? Sangue? Me perguntava enquanto os olhava, era brilhante demais. O medo percorreu por todo meu corpo, quando ouvi a voz do meu pai. Era nítido em minha mente.

"Fuja daqui, o mais rápido que puder. Antes que seja tarde, e não olhe para trás. Te amamos Aylla".

 Meus pais podiam sentir minha presença á distância, sempre sabiam como estavam minhas emoções tambem. Quando estava triste; feliz; chateada com alguma coisa etc. Provavelmente eles sabiam que eu estava bem ali. Eles também tinham talentos. Era o que diziam. Podiam saber quando eu mentia, para mim eram apenas coisas que todo pai possui, algo que adquiriram com o tempo.

 Meus olhos percorreram até os dele e o que eu vi foi um gesto de gratidão misturado com dor e tristeza. Os mesmos olhos, nos quais me mostraram ternura e amor. Já não eram mais os mesmos. Mas sabia que era para o meu bem.
  Antes que pudesse me despedir deles e dizer o quanto os amava.
O homem com a espada gritou, e me tirou do transe.

— Onde está a garota? Onde está a maldita garota?  

Sua voz era tão grossa, e assustadora que chegava estrondar o silêncio que a casa se encontrava. 
 Seus olhos negros sem um brilho se quer vagou pela sala a minha procura. Senti um arrepio ao olhar aqueles olhos e uma dor no estômago, era o medo que tomava todo meu corpo.
 Aquela foi a oportunidade que tive de sair pela porta dos fundos.
  Enquanto cuidadosamente saia de lá, uma culpa invadiu minha mente, por estar deixando meus pais e fugindo. Porém ao mesmo tempo tinha que obedecer meu pai, ele sabia o que estava fazendo e eu não podia opnar.

  A porta dava em direção a floresta.
  Enquanto corria desesperadamente para a escuridão, ouvi uma grande explosão. 
Meu pai tinha dito para não olhar para trás, mas não pude evitar.
  Me virei e vi as chamas que já haviam tomado toda a casa, elas se alastraram muito rápido, em um tempo surreal.
 Cai no chão sentindo uma angústia e uma dor tamanha.  Aquilo não podia estar acontecendo, senti uma tristeza que nunca havia trasbordado em mim antes e as lágrimas embaçavam a visão que eu tinha da casa.
 Só pude pensar em uma coisa. Apenas uma coisa. Uma única coisa. Meus pais, agora estavam mortos.