Capítulo 12 - Entre orgulho e decisões.

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8ª Lição: Se for gata, olhe sempre pra mim na balada (grite que é gostosa).

Tá na baladinha com os amigos e um deles achou uma perfeita pra você?

Mande-o fazer o sinal.

Fred:

Corri o mais rápido que pude e olhei algumas vezes pra trás pra conferir se Mike conseguiria vir atrás de mim, coisa que não fez. Eu não pensava em nada naquele momento, só em uma coisa: chegar ao carro e sair daquele lugar. 

O carro de meus amigos estava na esquina do outro lado. Vi David fora do mesmo, em pé com a cabeça encostada na porta fechada, com o semblante tenso. Harry tava no sentado batendo os dedos no volante, nervoso, e Guto, sentando no banco de trás cabisbaixo, ouvindo música. 

Todos olharam pra mim quando cheguei respirando alto e com sangue nas mãos. 

- Porra, Fred! Demorou, ficamos preocupados! – de Sousa foi o primeiro a falar como se fosse meu pai. Nervoso, olhou pra mim pra ver se tinha algo errado comigo. – Ele te machucou? Ele reagiu? Tá vindo pra cá? - David se aproximou e viu meu soco inglês intacto na minha mão. 

A adrenalina era tanta, que eu nem parei pra tirar o meu soco inglês. 

Comecei a rir. 

Eu estava feliz, com uma sensação boa... Como se eu tivesse cumprido um dever. 

- Mano, você tá bem? - Guto me perguntou. Saiu do carro e veio até a mim. 

- Eu to bem. – tentei falar e as palavras não saíam, e então, comecei a rir – Eu to ótimo! – eu ria cada vez mais e meus amigos não entendiam. Tirei meu soco inglês da mão, o jogando e rindo cada vez mais – Aquele filho da puta merecia! – meu coração não parava quieto, quanto mais eu falava e pensava em Mike deitado com sangue em seu rosto, mais meu coração disparava. 

Sentei no chão pensando no que havia feito: eu tinha dado a maior surra da minha vida. Uma coisa sobre mim que era bem importante era que eu não tinha entrado em tantas brigas na vida. Eu nunca fui de brigar por certas coisas, principalmente garotas. Se ela não estava afim de mim e demonstrava que tava afim de outro cara, a deixava ir e mostrava pra ela o que tinha perdido. Não saía no murro com outro cara. 

Senti Harry do meu lado. Colocou sua mão em meu ombro e me fez olhar pra ele. 

- Você pode contar como foi? Porque veja bem, não ficamos aqui com o cu na mão de preocupação pra você vir e rir como se tivessem contado a piada do ano! – ele parecia sério. 

Parei de rir e respirei fundo. 

- Tudo foi tão rápido! Eu bati nele, falei pra ele ficar longe de Ju, aí ele revidou e depois consegui bater mais e o ameacei de morte, pronto. 

- Olha, vou ser sincero. Parando pra pensar, isso tudo vai dar em merda. – David falou pensativo, coçando sua nuca. – Não sei vocês, mas acho que o Mike não vai esquecer tão cedo essa briga e ainda tem a Ju...

- Puta que pariu! É mesmo! – Guto gritou como uma bicha – Eu não tinha pensado nisso antes. Depois disso, quem vai querer matar você nessa história é a Ju.

Porra, agora que caiu a ficha. 

Como eu, o cara que ela tava odiando nesse momento, ia dizer a ela que tinha dado uma surra em seu melhor amigo? 

Ela iria me matar, e o pior: nunca mais ficaria comigo. 

Júlia:

- Ju, você pode parar de olhar o portão do colégio por pelo menos cinco minutos pra gente estabelecer uma conversa saudável? - Bia me perguntou. 

Como Ser um Pegador em 12 LiçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora