Fifi andava de um lado para o outro preocupada. Desde o nascimento de sua ninhada, seu dono não lhe dava mais atenção. Muitas vezes, tinha que se esconder para que seus filhotes não fossem maltratados. Ela olhou para eles, dormindo em cima de um amontoado de panos, e decidiu: iam fugir.
Naquela noite, tudo estava calmo. O dono da gata já tinha ido dormir e os filhotes já estavam prontos para ir. Fifi os fitou por alguns segundos. Sabia que a floresta era um lugar perigoso, e que talvez fracassaria, mas ela tinha que tentar. Ela lambeu a cabeça deles em um sinal de afeição e levou cada um para o jardim da casa, onde dava para a floresta. A mãe passou por uma fresta na cerca e esperou seus filhotes fazerem o mesmo. Assim que o último gato passou pelo buraco, eles estavam por conta própria, na floresta.
* * *
Fifi e os filhotes já estavam andando há algum tempo, até que eles se deparam com uma estrada. A gata respirou fundo e pediu para que os filhotes ficassem escondidos enquanto ela fazia a travessia. Ela pegou Oreo pelo cangote e olhou para os lados. Nenhum carro vinha. Ela disparou para o outro lado e colocou o pequeno filhote prateado dentro de um toco na árvore. A gata ia voltando para pegar o outro, quando se descuidou e um carro acabou atropelando sua perna. Cansada e gravemente ferida, ela não aguentou os ferimentos e morreu.
Ao ouvir o carro, Oliver se assustou e saiu correndo pelo mato. Ele acabou se perdendo quando uma forte chuva começou a cair. Com frio e com medo, ele se abrigou em um tronco caído, enquanto esperava a chuva passar, e se encolheu para diminuir o frio. Ele acabou caindo no sono, e acordou em uma grande clareira, rodeada por arbustos de mirtilo. Ele olhou em volta e reparou que o céu tinha uma aparência estranha, como se fosse feito de algo macio. Os arbustos de mirtilo que rodeavam a clareira soltavam algumas folhas, que voavam até um rio que formava um de coração, turbulento, com ondas típicas de tempestade. Detectou, com a sua visão periférica, alguma coisa se aproximando dele pela direita. Ele se virou e viu sua mãe, Fifi, em pé ao lado de uma flor peculiar: tinha cheiro de cereja. A mãe sorriu ao notar a confusão do filho, para reconfortá-lo.
— Não tema, Oliver. Eles cuidarão de você daqui para frente. Estarei sempre em seus sonhos, olhando por você. — A gata se levantou, tocou a testa do filho com o focinho e diversas cenas piscaram na visão de Oliver. Todas borradas demais para ver os rostos, mas nítidas o suficiente para ver o que acontecia. Ele viu um filhote sendo carregado por um gato maior, recebido por alguns filhotes. Depois a cena mudou para um gato jovem deitado ao lado de uma árvore, cercado de outros gatos. Mais algumas cenas passaram pela sua mente até que tudo escureceu.
Oliver sentiu alguns toques e cutucadas em seu corpo. Ele abriu um pouco um de seus olhos, quando viu a silhueta de um gato forte, olhando para ele. Oliver se mexeu um pouco para mostrar que estava vivo, e o felino o pegou pelo cangote, enquanto agradecia ao Clã das Estrelas pelo filhote estar vivo. Oliver não entendeu o que seria Clã das Estrelas, mas estava cansado e faminto demais para perguntar. O gato então o leva até um túnel de tojo, que dava para uma pequena clareira, cheia de gatos. Ele o levou até uma gata que amamentava seus filhotes e deixou-o no chão enquanto negociava alguma coisa com ela. Ele olhou em volta, e foi surpreendido por uma pequena gatinha, que o abordou.
— Oi! É novo aqui? De onde veio? É de algum clã? — a gatinha o bombardeava de perguntas, enquanto Oliver tentava respondê-las. Como estava fraco, só pôde responder seu nome, Oliver.
— Oliver? Que nome estranho... Nunca vi ninguém chamado Oliver. O que é Oliver? É uma planta? Algum animal? — para o alívio do filhote, o gato, que o trouxera, o arrastou até a barriga da felina que amamentava seus filhotes, até que ele pudesse mamar.
— Fique aí — ordenou. — Vou chamar Estrela da Noite. — o felino saiu e voltou mais tarde com uma gata negra como a Noite. Ela olhou para Oliver, e discutiu algumas coisas com o gato, até que concluiu:
— Ele parece ter um bom futuro... Muito bem! Seu nome será Filhote de Corvo. A responsabilidade dele está em suas mãos — o gato assentiu e olhou para Filhote de Corvo, orgulhoso.
— Volto amanhã, quando estiver melhor. —
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Gatos Guerreiros - Oneshots
FanfictionEncante-se com estas histórias curtas sobre OCs de Gatos Guerreiros. Descubra o que uma mãe fez para proteger seus filhotes de maus tratos, o sacrifício de uma líder apaixonada e muito mais!