III

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Likos nem Náia se encontram durante os dias cálidos e as noites frias que vieram. Já havia se passado uma semana, os ventos solitários despertaram Likos, que foi até a mata buscar materiais para iniciar uma construção de um abrigo. Um chuvisco sereno foi sua companhia na caminhada daquele dia.

Improvisou ferramentas com o que tinha de pedras,paus e madeira. O sol foi caindo conforme sua choupana crescia. No final,ficou tão simples quanto a de Ináia: um tronco de madeira no centro, folhas de coqueiro no teto e vários troncos ao redor para sustentar. Com o passar dos dias ele adicionava uma ou outra coisa para ficar mais revestida.

Todos os dias vinha calmante o sereno,e Ináia banhava-se deleitosa no mar.Ela havia investigado o barco do estrangeiro com mais dedicação,e achou perdido por ali um livreto marrom,cheio de escrituras num alfabeto desconhecido. Além do diário,achou uma vara de pescar a qual começou a usar constantemente.

Certa noite,no fim dessa semana,ouviu passos longínquos ecoarem. Ela levanta do chão que dormia e olha ao redor. Viu um vulto escuro vindo da mata,e suspeitou prontamente de quem era. Como uma felina ameaçada, Ináia esboçou raiva em seu rosto e avançou cautelosa até a silhueta. A tempestade começou a cair,penetrando a areia,e a ventania bruta começou a vir,descabelando Ináia.

Quando ela ameaçou golpear,arregalou os olhos quando deparou-se com uma criatura peluda enorme,olhando imponente de cima para ela. Ináia recuou para trás caindo,e as mãos gigantes da criatura tentaram pegá-la. Um ronco foi emitido,atemorizando a amazona que correu desajeitada pra perto do mar.

A fera a seguiu,seus passos tremiam a terra e formavam buracos que viravam pequenas poças d'água. A criatura deveria ter o dobro da altura de Ináia,cuja a amazona chegava quase aos dois metros; Ináia demonstrou brutalidade em sua expressão,e rosnava grave para a criatura. Mas ela não recuou,e jogou seu braço na direção de Ináia,que apontou ligeiramente sua lança para frente.

A criatura urrou,e andou para trás.A lua iluminou o rosto furioso.Parecia com um rosto humano,mas não era humano.Parecia ter um corpo de um gorila,mas não era um gorila.Era uma fera,na sua mais pura forma.Seus pelos eram negros como o breu da noite,suas garras tão afiadas quanto uma adaga.

Ináia correu para o oeste e foi perseguida.A cada dois passos que dava,a terra tremia com apenas um pisão da fera.Chegou um momento que Ináia cansou,e a fera em dois passos a alcançou, pegando sem tempo de reação o corpo da amazona esperniando.A fera apertava ela quase sufocando,e não adiantou para Ináia,seus esforços eram faisca perto da ardência da fera.

Foi levada até dentro da mata,e seu corpo dolorido de tanto ser pressionada não conseguia mais reagir.A fera foi até uma parte distante da floresta,onde Ináia nunca havia explorado antes.Uma estaca de madeira já estava ali,e Ináia foi amarrada com toda força.As cordas pressionavam seu corpo de tal forma que o volume transbordava para fora, principalmente nas partes mais carnudas da coxa e nádegas.

A fera falou algo na sua língua áspera enquanto juntava umas folhas.Inàia estava fraca,mas não queria desistir.Então continuou tentando sair, até que a fera novamente chegou perto dela e disse mais algumas coisas que chegaram aos seus ouvidos e lhe provocaram repulsa.A fera tira Ináia da estaca,mas ainda a deixa apertada nas cordas,e então a deita zelosa nas folhas que preparou.

A fera se deitou com Ináia naquela noite,a apertando com seus braços tanto quanto a corda no corpo dela.O seu corpo áspero ficou envolto no corpo macio da amazona,e a lua caía como as energias de Ináia.A fera dormiu,e Ináia sentiu sua pele respirar um pouco.Estava tão cansada que suas pálpebras pesaram e cerraram.

A tempestade continua,a chuva encharcava,e na mata um vulto se esgueirava nas árvores.Ao chegar perto da fera abraçada com a mulher, preparou-se para matá-la.Na calada da noite tempestuosa.

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⏰ Última atualização: Jun 30, 2018 ⏰

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