Um dia caí
numa tempestade furiosa
que em mim escreveu
as dores que senti.
Assustadora e ruidosa,
tirou-me tudo o que era meu.
Bateram-me na face os ventos
e tudo o que traziam.
Rasgaram a minha pele
numa questão de momentos.
Eram pedras que me feriam
Como se fossem elas o cinzel.
Mas, de repente, iluminou-se a escuridão.
Acabou-se a ventania
e pude então ver
que esta não fora maldição.
Foi uma melodia
que um dia me dediquei a escrever.
A tempestade pintou-me
com todas as suas cores.
Transformou-me num novo ser.
Encheu-me de terra e sufocou-me
para que as mais belas flores
em mim pudessem nascer.
2/11/2017