Rosa

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Vi um dia nascer uma rosa

no jardim à minha janela.

Tinha tanto de assombrosa

como de candura bela.


As suas pétalas, de tom encarnado,

pareciam o sangue em gota

no chão derramado

pelos espinhos que a pele fazem rota.


Estes preenchiam o seu caule esguio,

ameaçando qualquer incauto.

Eram símbolo do seu poderio

e do perigo o arauto.


Qual dançarina, emanava subtileza,

quando ondulava pela brisa eternal.

Na cadência da sua beleza,

um movimento musical.


Era inverno. O céu escureceu,

ergueram-se tempestades e ventos.

Ainda assim, a rosa ali permaneceu

quase intocada por tais momentos.


Foi só numa manhã gelada

que a minha flor da resiliência

apareceu frouxa e desgrenhada.

Foi a doce e esperada cedência.


Mas, nesse dia em que o vento a derrotou,

ao seu lado nova rosa brotou.


21/02/2018

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