Dedico esse capítulo à uma pessoa especial. Se estiver lendo, saiba que é para você.
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E lá estava ela. Com seu olhar mais que maravilhoso. A porta estava fechada, e ela quieta, parada diante da mesma. Eu... Queria poder ficar ali naquele momento por mais tempo, vendo a perfeição daquela garota, porém decidi falar algo, para então tirar o clima do local.
— Depois diga para a Eiva que ela é uma ótima atriz hahaha. — Falei me sentando diante da cama, estava apenas com uma box preta, e por isso puxei o cobertor rosa da ruiva e subi até meu peito. Privacidade? Não. Apenas respeito.
Uma leve melodia de Firestone tocava em minha mente, assim como meu coração que batia mais veloz. Perdi um pouco do fôlego olhando a morena sorrir, que sorriso perfeito... Ela, ela... Não tinha palavras. Mas, Firestone era a nossa música, sempre foi. Quando a ouço, me vem ela a mente na certa.
— Bom... Er... Ela não... Tá. A quem estou enganando? — No começo Kessie estava tímida, mas agora parecia aflita, triste, levou suas mãos até o rosto e começou ao que parece chorar.
Eu sinceramente não entendi o por que ela estava chorando, ou por que ela estava naquele estado... Só disse aquilo para poder quebrar o silêncio.
— Kessie, Kessie, se acalma. — Falei rápido jogando o cobertor para o lado, e indo direto contra a garota. Sem pensar duas vezes envolvi-a em meus braços, em um abraço. Toquei meu lábio na sua cabeça enquanto lhe dava um beijo tentando acalmar a mesma.
— Ei... Kessie. Calma... — Falei baixinho ainda abraçando a mesma. Sua respiração eufórica começou a diminuir lentamente, o que era um bom sinal.
Antes mesmo de notar eu já estava vivenciando uma lembrança, um Flashback.
Estava sentado na minha cadeira, com a mão na testa. Por pouco não chorava, mas... As lágrimas estavam querendo jorrar como uma cachoeira... Eu precisava segurar. Meu casaco da Bulls vermelho estava em meu colo, então o puxei colocando juntamente ao meu rosto. Escutava, na outra extremidade da sala choro, e vozes consoladoras.
Eu só queria que aquele sinal tocasse, que a aula acabasse e eu fosse embora para casa. Mas... Faltava muito, tínhamos acabado de voltar do intervalo.
Eu devia estar parecendo muito mal, pois o professor de história veio até minha mesa perguntar se eu estava bem. Apenas concordei com a cabeça, pois certeza que minha voz falharia diante de um sim. Percebendo ou não que eu não estava nada bem, ele assentiu e retornou até sua mesa.
Kessie estava chorando do outro lado da sala, por que ele não foi lá falar com ela? Foi o que pensei. Mas não estava com cabeça para isso. Não estava com cabeça para nada. Eu havia sido um estúpido e idiota. Falei para o amor da minha vida que eu havia cansado dela, aquilo soava tão doloroso para mim, imagine para ela, que havia acabado de ouvir da minha boca.
— Droga... — Sussurrei batendo minha cabeça na parede como castigo. Eu precisava me levantar e ir falar com ela, dizer que eu não havia cansado porra nenhuma, mas... Todos estavam lá, inclusive Luís, o ex dela. Pena que na época eu não entendia que tudo que ela queria era apenas eu.
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Paraísos Artificiais
Teen Fiction- Dor, lágrimas, raiva, estresse, e mais dor... tudo isso desaparece enquanto todos estão em um transe de êxtase elevado, todos nós temos nossas fases, nossos momentos, nossas historias... mas ao som da batida envolvente, sobre luzes escuras e neon...