Uma vez que se pega o jeito de dançar, você nunca mais para. De verdade.
Tocava uma música que eu não conhecia, mas me falaram. Gloria Grove & Léo Santana - Arrasta.
— Ela sabe o que é que é bom, rasta que rasta que rasta no chão! — Todo mundo cantava a música. Eu e Kessie estávamos com um grupo de meninas da nossa sala. Segurava minha bolsinha pequena enquanto rebolávamos sem parar.
— Hoje é dia de bumbum mexer BB. — Disse para Kessie que ainda estava atormentada com todo acontecido.
Ela estava tristonha, e eu não sabia o que fazer a não ser começar a dançar para ela entrar no clima e esquecer de tudo. Mas não adiantou, ela estava triste demais, demais até para dançar músicas da diva Gloria Groove.
— Vem cá Kessie. — Falei após parar de dançar, o que foi difícil por que a música era muito boa.
Juntas andamos até o balcão e nos sentamos nos banquinhos. Estava eufórica, me abanava com a bolsinha. Kessie mal respirava, estava triste demais para se cansar.
— Amiga... O que aconteceu? — Perguntei colocando minha mão sobre o braço da garota. A pintura neon não combinava nem um pouco com o rosto tristonho da mesma.
— O Nicholas. Está tudo tão confuso. Pensei que tivesse superado, mas tem algo dentro de mim... Algo muito grande que dói. Ele está com a Eiva no quarto dela. — Credo, Kessie. Ela ainda gostava dele... Bom, eu era amiga dela, e iria apoia-la em todos os momentos.
— Então você ainda gosta dele? Você... Quer ficar com ele? — Perguntei um pouco confusa tentando me situar.
— Você sabe que eu sempre amei ele. Mas... Isso não tá certo. Eu estou estragando sua festa, vamos voltar a dançar. — A morena começou a caminhar em direção do centro da sala aonde estava o nosso grupinho, porém eu me pus na frente da mesma enquanto dizia.
— Você acha mesmo que eu vou dançar enquanto você está aí, triste? Claro que não. Agora vamos, tenho um plano. — Disse segurando a mão da mesma e antes que ela pudesse fazer perguntas já a arrastava pelo cômodo da casa.
— O que você vai fazer? Vem, vamos descer. — Disse Kessie quando chegamos ao segundo andar. Os quartos estavam fechados. Coloquei a bolsinha na mão dela enquanto eu fazia um coque muito mal feito.— Você vai saber. Agora, me diz. Qual o quarto da Eiva? — Perguntei voltando a pegar a minha bolsinha.
— Eu... Não vou te falar. Anda Paige, já deu isso. — Ela falou tentando segurar meu braço e me puxar, porém fui mais rápida andando sobre o corredor. Não foi difícil achar o quarto da ruiva considerando os resmungos e sorrisos baixos. Parado diante da porta da garota baguncei meu coque e fiz uma cara meio caída, tentando imitar o melhor possível um bêbado. Acenei para Kessie ficar escondida no banheiro que havia no final do corredor, e sem questionar foi o que a morena fez.
Ok, agora é só atuar Paige. Foi o meu pensamento antes de me entregar ao personagem. Bati na porta com as duas mãos, batidas como baques, como se eu estivesse caindo sobre a porta. Com uma voz meio embolada comecei a dizer.
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Paraísos Artificiais
أدب المراهقين- Dor, lágrimas, raiva, estresse, e mais dor... tudo isso desaparece enquanto todos estão em um transe de êxtase elevado, todos nós temos nossas fases, nossos momentos, nossas historias... mas ao som da batida envolvente, sobre luzes escuras e neon...