Capítulo 22

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Resolvi voltar no sábado a tarde, começaria minha rotina de shows em São Paulo. Não quis ir em casa, poderia encontrar Manuella por lá, então Riva foi buscar minhas coisas. E dito e certo, Manu estava lá com o Edu. Logo, ela o encheu de perguntas com a ajuda do Edu, ele sem querer cedeu e disse a ela onde eu estava. Eles foram até lá. Eu estava sentada em meu camarim, quando a vi entrando pela porta. Nunca senti meu coração bater tão rápido, a tensão tomou conta de mim, a raiva, o ódio que eu estava, e a saudades daquela menina passou pelos meus olhos. Não disse uma palavra sequer.
Manu: Marília, eu quero falar com você.

Continuei em silêncio, abaixei a cabeça, a voz dela soava como música no meu ouvido. Todo mundo saiu da sala enquanto Manuella se aproximava de mim.
Eu estava sentada no sofá, ela agachou entre as minhas pernas e tocou meu rosto, quando eu a olhei, minhas lágrimas escorreu em todo o meu rosto. Logo, ela aproximou os lábios dela nos meus, eu senti os lábios dela todo molhando de lágrimas.
Marília: Não Manuella! - disse virando o rosto pro outro lado.

Manu: Não faz isso comigo, por favor. Já basta o sumiço e a dor que você me fez passar.
Marília: A dor que eu te fiz passar? A dor que você me fez passar! Como fez isso comigo?! - falei tirando as mãos dela de perto de mim me levantando.

Manu: Eu não sei o que aconteceu. Cara, desculpa, eu não lembro, mas eu tenho certeza que isso não aconteceria se eu estivesse sóbria. Você sabe que eu amo você.  

Marília: Minha mente não para de vasculhar você com outra pessoa. Sua boca com outro alguém. - as lágrimas continuavam a descer no meu rosto.

Manu: Vida, por favor, ninguém teve culpa, pelo amor de Deus me perdoa. - falou vindo me abraçar.

Marília: Eu não consigo, não me toca. Ainda consigo sentir o cheiro dela em você.

Manu: Isso é coisa da sua cabeça. Lila, eu te amo! Não faz isso com a gente.
Marília: Eu vou fazer, pra mim não dá. Sai por favor. Chorando descontroladamente ela saiu da sala.

Todos conversaram comigo em relação a isso. Por mais que tentasse acreditar que não tivesse acontecido nada, ou realmente não tenha acontecido nada. Eu não conseguia perdoar. Eu morria de saudades dela, eu olhava nossas fotos e chorava, foram dias de tanta dor. Se eu fechasse os olhos lembrava delas naquela cozinha. Resolvi segui sem Manuella. De tanto os meninos falarem ela resolveu parar de vim atrás de mim e me deixar segui, já que foi essa a minha escolha.

Com a força e o respeito de todo mundo, consegui esquecer um pouco e já estava um pouco mais tranquila. No meu coração estava um oco, um vazio, uma falta imensa e vire e mexe eu chorava a noite toda. Comecei a realizar vários shows, pra me manter ocupada, não ter tempo de pensar muito. Na saída de um desses shows, dentro do avião, com meu fone de ouvido, entre o fim e o início de uma música ouvi os meninos falando de Manuella, não quis prestar muito atenção. Mas, não pude deixar de perceber a cara de tristeza do Edu. Então, tirei o fone e perguntei o que tinha acontecido. Todos ficaram calados.

Marília: Eu tô falando com vocês. O que houve com a Manuella? Ela tá bem? Heim?

Henrique: Ela tá bem Marília.. E que.. Marília: O que ?

Edu: Ela vai embora do Brasil, na segunda-feira.

Todos os sentimentos mais ruins eu senti naquele momento. Eu já não estava com ela. Mas, saber que ela iria embora, para um outro país, com a possibilidade de não vê-la nunca mais me desesperou naquele momento. E eu cai no choro.  

MARILIA - Kiss It Better | Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora