Começo

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"A filha do fogo, a escolhida dos vules, a herdeira da fúria"

Ela o olhava, Nemessis encarava o jovem adormecido, deslumbrante, como um anjo, envolvido na névoa do vulcão, tudo no lugar destacava a pureza do jovem Gael, tão puro e inocente com os cabelos encaracolados e o rosto corado pelo calor, o corpo coberto pela névoa e pelos finos lençóis de seda alaranjada.
Ele era um enigma, a deusa porém ainda não tinha decidido se bom ou ruim, Vucan era o mundo dela, e ninguém faria seu mundo ruir.

O ar ficou mais quente e Gael arfou durante o sono, Vucan na porta do quarto sorriu, ele era único, não por sua inocência e determinação cativante, ou por ser o primeiro homem humano a estar ali, porém por ser o único a se sacrificar sem um motivo, Nakimmin veio em busca de refúgio, as outras em busca de poder, ou forçadas pela tribo, Gael tinha os olhos cheios de esperança, a face cheia de ternura, um ar infantil e delicado, contrastando com a agressividade da sua voz, e que voz, Vulcan fechou os olhos para saborear as próprias lembranças, a voz altiva, sem medo, sem inseguranças, como se em um lampejo de luz em meio a toda escuridão Vucan fosse o melhor refúgio.

Nemessis se retirou silenciosamente, deixando o pai em um estado contemplativo, Vucan sentou-se a beira da cama, para velar o sonhos do jovem Gael.

A mente dele parecia derreter, nublada de pensamentos e confusões, o corpo quente, extasiado, clamava por contato, em seus sonhos um deus lindo, preto com a pele reluzente, Gael tentou alcança-lo, porém o mesmo desapareceu, Gael correu mais, ávido em encontrar seu salvador, porém Vucan sempre desaparecia, como em mágica sumia em frente aos seus olhos, Gael desesperados começou a chama-lo, a voz aflita, gritando por ele.
- Não me deixe, não me deixe só.
Ele chamou, e em seus sonhos o corpo caloroso se juntou ao seu em um abraço.
- Eu nunca te deixarei.
Sussurrou Vucan, e assim seguro nos braços do seu senhor...

Vulcan olhou o pequeno jovem assustado, ele parecia inquieto, como se estivesse preso em um terrível pesadelo, antes que pudesse fazer algo Gael chamou por ele, gritava seu nome desesperado, como se com medo que ele o deixasse, confirmando as suspeitas do jovem deus, Gael gritou, com lágrimas nos olhos.
-  Não me deixe, não me deixe só.
Vucan sentiu seu coração apertar, abraçou o corpo do pequeno, e aconchegou seu corpo no dele.
- Eu nunca te deixarei.
Nemessis olhou a cena espantada, controlando seu próprio calor, Vucan adormeceu, abraçado ao pequeno Gael.

Vucan - Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora