Éramos Quatro.

Capítulo 1

Ohio, Lima, 2012.

Eram Quatro, sempre foram quatro, sempre seriam quatro, independente de qualquer coisa, em seus corações sempre seriam quatro.

Era uma tarde quente em Lima – Ohio, daquele tipo de tarde insuportavelmente quente, crianças nas ruas brincavam em hidrantes que viravam chafarizes de água, senhoras com suas cadeiras encostadas em suas portas tomando uma brisa, e, como faziam em todos os finais de semana, Rachel, Quinn, Brittany e Santana encontraram-se nessas tardes quentes para aproveitar o verão. Conheciam-se desde sempre, desde que conseguiam lembrar, quatro personalidades diferentes que juntas formavam uma grande e forte amizade.

Rachel Barbra Berry era a sonhadora do grupo, a perseverante, com objetivos e planos grandiosos, queria conquistar o mundo, inconsciente da própria beleza, era uma menina quase mulher de parar o transito, talento não lhe faltava, a mais paparicada, todas as outras três meninas a protegiam e cuidavam. Amava suas três amigas com todas as forças, eram a família que ela não tinha, seus pais, Leroy e Hiram a criaram com muito carinho, porém, quando viram nela uma adolescente responsável decidiram que era a hora de voltarem a viver uma vida de recém casados, aposentados muito cedo, viajavam por todo o mundo, Rack ficava aos cuidados da família Pierce, Pais de uma de suas meninas, como chamava as amigas. Eram vizinhos de muro, muitas vezes Britany S Pierce pulou a cerca de traz de sua casa para assim, poder entrar pela porta dos fundos dos Berry e conversar e dormir com Rack.

Se Rachel era a sonhadora do grupo, Brittany vivia fora dessa orbita, não existia ser mais puro, sem maldade, mas quando necessário transformava-se em uma gladiadora para defender suas meninas.

Quinn Fabray, sedução é seu sobrenome, meninos, homens, mulheres, idosos todos se hipnotizavam por ela, junto a Santana Lopez eram as leoas do quarteto, Santana a latina sensual, a única vinda da periferia, vivera uma vida difícil que conheceremos mais pra frente nessa história.

Casa os Berrys

– Rachel, por Deus, vamos logo! As meninas estão esperado lá fora, e o carro de Quinn deve estar um forno.

– Calma Britt, pronto, já estou aqui, vamos .

Rack falava enquanto saiam da casa e a pequena morena trancava a porta da frente, seguiram para o carro onde se encontravam Quinn e Sant impacientes e suadas.

– Que droga Hobbit, o calor está de matar, o mundo não gira em torno de você, ana.

Santana adorava provocar a pequena. Rack entra no carro, se acomoda enquanto as outras três continuam a provoca-la, Quinn também provocava, mas sempre amenizava quando percebia o bico chateado que a pequena fazia.

– Calma minha diva, desfaz esse bico, hoje é dia de aproveitar.

Quinn pisca para a morena pelo retrovisor.

– Sant, pra onde vamos hoje? Perguntou Britt.

– Podemos ir para o lago.

–- O lago não Sant, lá está cheio de garotos com os hormônios fervilhando, e quero ficar à vontade. Vamos para a caixa d'agua da fábrica de zinco, seremos só nós quatro. Quinn deu a ideia.

– Pode ser perigoso Quinn.

– Não será Rack, eu cuido de você.

– Ai, vai começar o melo, melo.

– Sant, você é muito besta. (Risos)

Na Fábrica de zinco abandonada as meninas com seus biquínis, subiram até a imensa caixa d´agua e desceram as escadas internas, tomavam banho, brincavam, relaxavam, Rach e Santana estavam na água enquanto Quinn e Brittany estavam deitadas em um deque de madeira que rodeava a caixa d´agua por dentro, estavam tranquilas, a muito que aquela caixa não funcionava, só a prefeitura que abria o registro uma vez ao mês, para que a água não fique parada. O que as meninas não imaginavam era que, naquele sábado ensolarado, os agentes da prefeitura decidiram que, com aquele calor a troca da água seria ideal, para que pudessem se refrescar em água fresca.

A troca se dava por meio de um enorme cano que vinha da rede de águas direto para dentro da caixa, o volume de água e a velocidade com que ela enchia a caixa eram enormes, dando a quem estivesse dentro pouquíssimos minutos para se retirar de lá.

As meninas, que até então conversavam e brincavam pararam ao ouvirem um estrondo cada vez mais alto, olhavam-se assustadas, Santana foi a primeira a perceber o que estava acontecendo, desesperada gritou para as outras.

– CORRAM AGORAAA, CORRE , CORREEEEEEE...(Santana).

– QUINNNNNNNN, QUINNNNNNNNN, AHHHHHH (Rack).

– SANTANAAAAAAAAAAAA, NÃOOOO (Britt).

– DEUS, NÃO, POR FAVOR, NÃO! (Quinn).

Erámos quatro, sempre seriamos quatro. O tempo parou, a juventude que morava nos doces olhos das meninas-mulheres não existe mais.

Não há mais tempo, não se pode fugir, nem mudar o passado, tudo nos leva para uma realidade diferente, onde sonhos já não valem mais a pena de serem sonhados.

Erámos quatro.