Éramos Quatro.

Capítulo 6

Lima- Tempos atuais 2020.

Santana estava em Lima já a 1 semana, sua rotina tratava-se de estudar alguns casos do escritório de advocacia do pai, comer e dormir. Evitava sair de casa, tinha medo do que poderia encontrar ou quem poderia encontrar, recebia alguns familiares sem a mínima paciência.

Santana sempre foi uma garota geniosa, mas essa nova mulher era muito diferente da menina prepotente mas feliz de anos atrás, com o passar dos dias as pessoas decidiram deixar de incomoda-la com essas visitas, Santana sentia-se um pouco mais aliviada com isso, tranquilidade que acabou naquela manhã de sábado.

A campainha da casa dos Lopes tocou anunciando visitas, Santana que estava no sofá lendo bufou impaciente. Maribel, sua mãe lhe gritou da cozinha.

– San, abra a porta por favor, estou ocupada.

A latina mais nova levantou-se e foi em direção a porta para atende-la, não se deu o trabalho de trocar de roupas, seja quem fosse, ela não ficaria na sala tempo o suficiente para conversar com tal pessoa, logo subiria para seu quarto, então foi de shorts micro, regata branca e descalça. Abriu a porta.

– Sim?

Estacou no mesmo momento em que vira quem estava do lado de fora, começou a tremer, os lábios bem feitos e grossos também tremiam, suas mãos começavam a suar demonstrando o nervosismo, olhos arregalados e fala gaguejada.

– Senho, senhora Piercin?

A mulher olhava para Santana encantada, não segurou a emoção e abraçou a morena com força, beijou seu rosto e acariciou sua face com carinho e lagrimas nos olhos.

– Meu Deus, você já está uma mulher, Santana, você está linda.

A morena continuava meio que anestesiada, ver aquela mulher ali na sua frente era como ver Brittany, só que mais velha, os mesmos olhos, cabelos, sorriso. A morena não conseguiria se segurar, um soluço alto a tomou e ela não se aguentou, sentou-se no batente da porta e caiu no choro.

Susan, mãe de Brittany abaixou-se acolhendo a menina em seus braços, chorava com a morena, para Susan ver Santana ali era como ter um pouquinho mais de sua Britt, as meninas sempre foram muito ligadas desde pequenas. Maribel foi ver quem estava ali e deparou-se com a cena de sua filha e amiga sentadas no chão consolando-se, decidiu dar-lhes um tempo, ficou observando.

– Me perdoa Sra Pierce, perdão, eu tentei, tentei tira-la, eu tentei.

– Shiiii!! Meu amor, eu não vim aqui por isso, você não tem por que pedir perdão, eu deveria ter avisado que vinha, desculpe, desculpe criança.

Ficaram ali por dez minutos, Maribel decidiu que já bastava de tantas emoções, ajudou junto a Susan, Santana se levantar, indicou o sofá para a amiga.

– Sente-se Susan, vou leva-la para descansar um pouco e já volto.

Susan concordou e sentou-se esperando, Maribel deitou com Santana em sua cama, acarinhou a filha até que a mesma caísse no sono, levantou-se e foi ao encontro de sua amiga.

– Su?

– Maribel, me desculpe, eu, eu deveria ter avisado, mas quando soube que ela estava de volta não pude evitar, ela me traz lembranças boas de Britt. Não imaginei que seria dessa forma.

– A latina mais velha sentou-se ao lado da amiga e segurou suas mão a tranquilizando.

– Tudo bem Susan, Santana não se recuperou totalmente, mesmo depois de tantos anos, acho que eu e Rick temos culpa nisso, deixamos que ela se escondesse da realidade esses anos todos, e agora que ela está de volta terá que enfrentar tudo do que fugiu esse tempo todo. Ela tem pesadelos todas as noites e eu não quero imaginar quando ela souber e ver o que aconteceu a Rachel.