Capítulo V | Você não pode pensar o que quiser.

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CAPÍTULO V

DA EDUCAÇÃO

Art. 13 Com o intuito de criar uma nova base nacional o Ministério da Educação declara obrigatório o término do ensino médio.

Art. 14 Danos causados à escola e ao seu redor serão descontados no aluno responsável com uma punição equivalente.

Art. 15 São obrigatórias na grade escolar as matérias de:

I – língua portuguesa;

II – matemática;

III – história de Astalyne;

Art. 16 São proibidas na grade escolar as matérias de:

I – história mundial;

II – sociologia;

III – filosofia;

[...]"

-- Juro pra vocês que não é mentira. – Uma garota da nossa sala falou e duvidei, é mentira sim e uma das bem óbvias. – A gente tava lá correndo super no desespero e o Yesirn atrás da gente gritando... –

-- Espero que em algum momento ele tenha gritado "é mentira" porque vocês não invadiram o Círculo Dourado e saíram de boa. É a base dos Yesirn, nem eu entrei lá. – Interrompi pela, provável, vigésima quarta vez e Henrique deu outro soco no meu braço... Coisa que ele prometeu fazer toda vez que eu abrisse a boca depois de interromper tantas vezes. – Continua. –

-- Lauren, não sabe o quão feliz eu sou de ver esse seu rostinho lindo todo dia! Me empresta o seu trabalho de história? Juro que não demoro pra copiar. – Um garoto simplesmente apareceu ao lado dela que se assustou e encarei Henrique, o ser que não me avisou de trabalho nenhum.

-- A gente fez e colocou o seu nome junto, já tá até com a professora. – Ele murmurou comendo a maçã que eu trouxe e sorri pro amigo da Lauren. Inveja era o nome dele, certeza.

-- Aí o Yesirn gritou "é bom estarem mortos quando eu pegar vocês pra me pouparem o trabalho de estrangular todo mundo!" e a gente continuou correndo até a garagem... Todo mundo se jogou no jipe, o Dan saiu de lá acelerado, parou o carro umas cinco quadras depois e começou a rir que nem louco... – Lauren continuou falando depois de entregar o trabalho dela pro menino e foi a vez da Judy, que aparentemente estava tão inconformada com essa história quanto eu.

-- Por quê? – Ela perguntou interrompendo a menina e Henrique suspirou encostando a testa na mesa, murmurou alguma coisa sobre não sabermos esperar e voltou a prestar atenção na lousa. Tinha uma elipse desenhada lá e eu nem sabia a razão, só sei que desenharam mal demais.

-- Aí ele começou a rir com o amigo dele e a gente lá na preocupação de alguém ter mandado viatura de patrulha atrás, então a Casey começou a surtar e o Dan tipo: "Calma, aquele lá era o meu pai", mas pensa num garoto que apanhou dela, deu até dó dele. – Lauren terminou de contar a história rindo e Judy riu com ela, ergui uma das sobrancelhas e suspirei.

-- Então vocês deram essa volta toda só pra acabar assim? Tá tudo errado, era pro Dan ter ido preso, aí você chamava os outros pra invadir o Centro de Detenção e tirar ele de lá. – Resmunguei tirando meu caderno da mochila e Juliana fingiu bater palmas pela minha ação porque há tempos não fazia isso, Lauren me olhou confusa e suspirei de novo. – Isso sim seria uma aventura completa, ninguém te ensinou a viver direito?! –

Desejo-te anarquiaOnde histórias criam vida. Descubra agora