Pappillion pt. 2

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- Que merda foi essa? - perguntou Nancy brava fazendo sua escolha de palavras me deixar mais assustada ainda.
- O quê? - falou Aiden a enfrentando com um tom de cinismo afiado na língua. - A Sophie acordou e passou mal na frente do meu quarto. Escutei o barulho e a trouxe pra cá. O que tem demais nisso? - perguntou e eu apenas assenti.
- E porque ela estava no seu colo? - falou estreitando os olhos. A Nancy psicóloga havia chegado. - E porque ela sairia correndo quando abri a porta do quarto?
- Porque eu me assustei. - falei antes que Aiden balbuciasse alguma palavra. - Estava contando ao Aiden...
- O que? - perguntou novamente, Nancy.
- Que descobri algumas coisas sobre mim. - confessei. Falar meia verdade era a única saída para não sermos pegos na mentira. - Assim que acordei resolvi descer as escadas ao encontro de vocês... Para contar o que descobri, porém tudo começou a girar... Minha sorte foi Aiden ter me ajudado. - despejei as palavras rápido demais com medo que ela interferisse para fazer algum questionamento.

Nancy suspirou.

- Desculpem, queridos... É que toda essa história da Sophie tem me deixado meio fora de órbita. Você dormiu por muito tempo, Sophie... Achamos que estivesse desmaiada. Eu ia a levar ao hispital hoje mesmo se não acordasse. - falou mudando o tom de raiva para doce e amigável. Dei um sorriso amarelo com medo de que ela desconfiasse de algo.
- Então... O que você ia dizer que tinha descoberto mesmo, Sophie? - perguntou Aiden, entrando no personagem.
- Isso. - levantei a camiseta mostrando a lua na lateral da minha barriga.
- Sempre esteve aí? - perguntou Nancy.
- Não... Apareceu a alguns dias.
- Que estranho... - falou Nancy examinando de perto. - Seus olhos também não voltaram a ser castanhos...
- Não.  Parece que azul gelo é minha nova tendencia. - falei rindo e eles sorriram concordando.  - Bom... Acho que vou voltar para meu quarto. Ainda me sinto exausta. Pode me ajudar, Aiden? - perguntei me esforçando para Nancy acreditar que eu precisava de ajuda.
- Claro! - passei meu braço em volta dos ombros dele e fomos caminhando devagar até meu quarto.
- Boa noite, queridos. - falou Nancy da porta do meu quarto, quando respondemos ela se retirou para seu quarto. Aiden continuou fingindo que me levava a passos lentos para minha cama.
- Essa foi quase. - falou nervoso.
- Por muito pouco eu não fui parar no beleléu. - falei e ele fez uma careta me olhando com tom de riso. - Ta... Já sei... Isso também não se usa muito mais. - falei fingindo estar brava e ele riu.
- Não acredito que tenho que deixar você agora. - falou triste ao me por na cama.
- Eu sei, por mim ficava a noite inteira com você.  - falei e ele mandou um sorriso malicioso que eu repreendi com um tapa em seu braço. - Mas agora teremos que tomar o dobro de cuidado. Nancy não pode saber de nada.
- Ela não vai. - falou colocando o cobertor por cima de mim. - Boa noite! - falou chegando bem proximo da minha boca e quando fui dar um selinho rápido nele ele se afastou bruscamente fazendo um aceno com as mãos e rindo. Caramba eu odiava quando ele saía dessa maneira. Ele sorriu e saiu fechando a porta.

- Droga! - bufei desapontada.

Cobri minha cabeça com o cobertor e grunhi de raiva. Esse menino gostava de me provocar e o pior é que conseguia. Me deixava completamente louca.

- Só pra constar... - falou tirando o cobertor de mim me assustando. - Agora sim, boa noite! - me puxou colando nossos lábios fazendo uma onda inesperada percorrer pelo meu corpo. Caramba, como ele me tem.
- Você... - falei separando o beijo e ele me puxou de novo. - Entrou pela janela? - perguntei o afastando de novo e ele me puxou mais uma vez.
- Mais seguro de porta fechada, não acha? - sorriu me dando outro beijo, mas afastando nossos corpos. - Porém não podemos abusar. Não duvido nada daqui a quinze minutos minha mãe bater na minha porta pra conferir se estou lá. - sorriu desajeitado, mas ele não se safaria tão fácil.
- Quinze minutos? - perguntei mordendo o lábio inferior e o puxando mais pra perto. - Que bom... Ainda temos dez. - falei o beijando novamente, um beijo com necessidade dele, com euforia.
- Puta merda. - falou baixinho e eu ri. - Não me provoca desse jeito, se não eu não vou conseguir me controlar e minha mãe vai pegar uma cena bem linda de nós dois. - falou ainda se afastando e eu finalmente o deixei sair.
- Tudo bem... Vou te deixar em paz. - revirei os olhos.
- Não pense que escapou. - sussurrou no meu ouvido e me deu um ultimo selinho. - Boa noite!
- Boa noite!  - falei sorrindo boba enquanto via seu corpo apenas de shorts subindo na janela. Caramba... Eu estava eufórica.

A Garota do LagoOnde histórias criam vida. Descubra agora