dessa vez não vou te mandar mensagem perguntando por que você parou de falar comigo do nada
muito menos vou gritar de dor ou chorar amanhã pelo resto do dia
ao contrário, vou preparar o melhor almoço que minha boca poderia conhecer
e lavar a louça pacientemente, pra me lembrar do porquê de eu ainda estar vivo
vou comer a manteiga que compramos no mercado domingo e vou ouvir todas as músicas que dançam no meu sangue
nada pra você nada pra você
não vou implorar nada a você como quem, ressentido, precisa de um último fio de humilhação
nada de te perguntar quando virou desinteresse e qual momento que você me confundiu com outros caras, outros que você veste de sonho e depois vai embora
não vou questionar qual momento você percebeu que eu era demais e você não queria nada assim
em qual parte do caminho você achou prudente me deixar, com todos os toques que criou na minha pele
todas as falas que cravou meu coração e me atravessou feito um trem
amanhã vou seguir meu dia como se você não tivesse sido a melhor coisa da minha semana passada
é isso, é isso. vou fingir que não existiu um raio repartindo meu peito em dois. que existiu um mar me enchendo de paz após um dia fracassado. que não existiu uma fé no amor depois de muito tempo de seca e infelicidade.
não vou te questionar nada
não vou tensionar nada profundo, não direi nada que possa quebrar o silêncio
é pelo silêncio e por amor ao meu orgulho que dessa vez saio ferido calado
calado, como precisa ser.
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textos cruéis demais para serem lidos rapidamente.
PoesíaPlágio é crime! méritos ao autor(a) do livro ou textos. obs: não tem uma ordem de capitulo, leiam como preferirem.