One shot

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Hoje Kirishima estava tão estranho.
Ele estava nervoso, não conseguiu ir bem no nosso treino, estava conversando pouco.

Terminamos o treino, ele esperou eu me trocar no meu quarto. E lá estava eu no dormitório dele, esperando ele se trocar, até o jeito que ele escolhia as roupas parecia estranho.

– Desembucha o que aconteceu, idiota. Eu já percebi que você passou o dia agindo estranho.

Ele se virou ainda com as roupas na mão e se jogou na cama.

– E-Eu não sei o que você vai achar de mim... Eu vou parecer uma garotinha de 7 anos apaixonada, mas não é isso, é apenas curiosidade e... - antes dele terminar eu o interrompi.

– FALA LOGO! - gritei já me preparando pra dar um tapa nele.

– EU ESTOU INSEGURO, NÃO SEI COMO BEIJAR TENDO ESSES DENTES HORRÍVEIS! - ele gritou tudo de uma só vez.

Mas que porra é essa? Kirishima anda comendo merda?

– Seus dentes não são horríveis! Não exagere, idiota burro! Deve ser normal beijar com eles! - gritei, não acredito que ele passou o dia nervoso por causa disso.

– Mas e se eu for beijar alguém e machucar a pessoa?- ele fazia uma carinha triste.

– Não vai. - Eu também tinha essa dúvida, mas queria acalma-lo.

– Se tem tanta certeza, deixa eu te beijar? só pra testar.

– Tudo bem. - Eu sempre quis "testar", não nego.

Ele se levantou e fez um sinal pra eu me levantar também, veio em minha direção meio nervoso, ele claramente não sabia onde por as mãos, segurei as duas mãos dele e coloquei em meu rosto, ele começou a chegar mais perto.

–Bakugou, eu não sei por onde começar.

– Na minha opinião, eu acho que você deveria começar calando a boca e me beijando logo. - eu queria socar ele e depois beija-lo.

ele sorriu e começou a me beijar. Os dentes dele não me machucaram, na hora não acreditei que estava beijando ele, era tão bom quanto eu imaginava.

Sim, eu imaginava.

Ele se afastou, e passou a língua nos lábios enquanto olhava nos meus olhos.

– E aí? - disse ainda próximo de mim.

– Você beija muito bem. Não me machucou, eu gostei. - disse com um pouco de vergonha, mas eu não iria mentir dizendo que não havia gostado.

– Serio? - ele disse dando pulinhos de alegria- Você gostou do meu beijo?

– Sim. - virei o rosto pela vergonha.

– Podemos nos beijar mais vezes então! Você também beija bem! - ele sorria enquanto falava.

– Tanto faz. - eu disse com as bochechas pegando fogo, aquele era meu jeito de dizer sim.

A frequência dos beijos foi aumentando, nos beijávamos uma vez por dia, depois passamos a se beijar varias vezes no dia.

Todo dia antes de dormir.
Depois de todas as missões.
Nos intervalos de aula.
Os beijos ficaram mais intensos.
Nos considerávamos ficantes.
Começamos a nos beijar em público.
Não vivíamos mais sem o beijo um do outro.

E hoje, 4 meses depois, estou aqui na sala da minha casa, com Kirishima, escutando reclamações da minha mãe por estarmos quase tirando a roupa na sala.

Eu não sei beijar • Kiribaku Onde histórias criam vida. Descubra agora