Encontrei Cassiopéia fora do céu

Cassiopéia (9)

 ''Um dia, mais outro dia'' - A.R 

Eu não via a hora de amanhecer. Eu adormeci, porém me acordei as duas da manhã, e passei quase a noite toda em claro, uma certa ansiedade, talvez. E eu me sentia uma idiota por isso, tinha acabado de o conhecer, e estava com uma marca horrível em meu braço, por sua culpa! Bem... em partes, se eu não tivesse o roubado, talvez ele não teria feito o que fez.

No meu ultimo ano no colégio, dizia as outras garotas que elas eram ridículas, pelo fato de se derreterem toda pelos nobres que visitavam a cidade, que elas se encantavam muito facilmente por um automóvel com o brasão da casa que eles pertenciam, um garoto com um perfume caro, e uma maneira educada de falar. Eu jogava isso na cara delas, dizia que eu sim era inteligente, indomável por esses truques baratos. E aqui estou eu, não conseguindo dormir por estar pensando em um desses tipos de caras, e apesar de ele dizer que não, sei que ele não é um qualquer, e não paro de pensar nele, e onde irei leva-lo amanhã. Não, eu preciso dormir. Pense em outra coisa... pense em... pense em Alex.

Alex... tínhamos combinado de nos ver hoje a noite no parque de diversões, para tratarmos de um assunto complicado, para eu dizer a ele que o amo, mas como irmão, não da maneira que ele quer. Na verdade eu não sei muito bem o que somos, mas eu gosto, prefiro assim. Mas a floricultura nesses últimos dois dias estava com um movimento intenso, por conta do aniversario de dezoito anos do príncipe herdeiro, pelas conversas que eu ouvi entre os nobres que passaram pela floricultura, eles tem a doce, e estranha mania de enfeitar as ruas da capital todo ano quando é aniversário do tal príncipe, ah não, do nosso príncipe... mal sei com é o rosto do rei e da rainha, as pessoas mais simples, não são de assistir o canal da família real, ou assinar as revistas. Para nós, tanto faz quem está no trono, vamos continuar sem saber das coisas que acontecem por lá. A única coisa que gosto, e da cor da casa da família regente, o azul... Retomando, devido ao aniversário do príncipe, mamãe fechou a floricultura tarde, e aproveitei a movimentação na cidade por causa do parque, para roubar, mas as coisas não saíram como planejei, e não pude ver Alex. Espero que ele não tenha ficado por muito tempo me esperando no parque. Chega de pensar em Alex...

                                                                                    ***

Saí cedo da cama, como num salto, e assim que fiz isso, me chamei de idiota baixinho. Vesti o mesmo de sempre, uma calça e uma camiseta, mas hoje usei minha camiseta com uma linda borboleta estampada, que é algo que eu tenho uma certa fascinação, queria variar, e eu estava de bom humor, e  por último é claro, minha jaqueta. Eu estava ansiosa para sair de casa, me olhei no espelho, e me xinguei de idiota outra vez. Me nego estar feliz por ver Thomas. Fui até a cozinha para tomar café da manhã com minha mãe.

- Bom dia Cassi.

- Bom dia mamãe – Eu estava sorrindo radiante, e nem estava percebendo.

- Vejo que está feliz por ir ver um certo alguém...

Senti minhas bochechas arderem, tinha ficado vermelha, qual é Cassi! Para com isso, seja durona como sempre é.

- Claro que não mamãe! Eu só estou de bom humor mesmo, e você deveria estar feliz por isso, eu nunca estou.

- Ah ok... Já sei, vai ver Alex, não é? Por isso está feliz.

Revirei os olhos, mas mesmo assim senti minhas bochechas corarem.

- Não! E eu o vejo sempre, você sabe que o amo como um irmão... é apenas isso.

- E ele sabe disso? Seja sincera, faz tempo que não temos esse tipo de conversa.