- Não chores. Eu estou aqui e vai correr tudo bem.
- Obrigada, Jace. Tenho muitas saudades tuas- limpei as lágrimas.
- Também tenho muitas saudades tuas, Lily. Quando puder, volto a entrar nos teus pensamentos, para falarmos. Cuida de ti, amiga.
- Tu também. Adeus.
A voz do Jace desvaneceu-se e eu voltei a concentrar-me no livro. A noite chegou e tive que ir preparar o jantar, a mesma coisa aconteceu, o Zayn obrigou-me a jantar com ele:
- O jantar está delicioso. Cozinhas muito bem.
- Obrigada, Zayn.
Ele viu que eu não iria falar com ele, então decidiu calar-se. Acabámos de jantar ao mesmo tempo e quando me ia embora, ele agarrou-me no braço:
- Não te vás já embora. Vem dar uma volta comigo.
Eu ia recusar, mas as palavras dele vieram á minha mente “ És minha escrava logo, fazes o que eu mando”, então fui. A Lua estava enorme, com um brilho lindo e o Zayn sorria como eu nunca tinha visto, parecia realmente feliz:
- Quero mostrar-te uma coisa- ele parou e meteu-me á frente dele.
- O quê?
Ele afastou-se uns centímetros e deu um impulso com as pernas, para dar um salto. Antes de cair no chão, um par enorme de asas brancas abriu-se nas costas dele. Brilhavam como diamantes, cada uma tinha cerca de dois metros e meio, pareciam muito pesadas. Aproximei-me e toquei na asa direita, era quente e aconchegante. Ele estremeceu perante o meu toque:
- São lindas.
Ele desceu lentamente e recolheu as asas para dentro. Fitou-me profundamente, antes de dizer:
- São como tu- a mão dele acariciou o meu rosto.
Cada partícula do meu ser tremeu perante aquelas palavras e o toque dele na minha pele. Era suave e terno, não bruto e frio, que era a imagem que ele passava para o mundo.
Acordei do transe e saí dali a correr. Ainda o ouvi gritar:
- Não vás! Espera!
Não posso esperar. Não posso. Desculpa.