LYLIANNA’S POV
Acordei ainda de madrugada, para ir dar um passeio antes de começar trabalhar. Caminhei por entre os jardins de casa e acabei por encontrar um pequeno mausoléu, ladeado por duas estátuas de guerreiros. Entrei para ver o que era e tratava-se de um pequeno museu, onde jaziam ainda mais estátuas. A maior era a de um homem que tinha as mãos descansadas sobre o cabo de uma espada, as outras três eram de mulheres, a maior presumi que fosse a mãe e as outras duas, as suas filhas. Aquelas estátuas eram de uma família.
Aproximei-me de uma as estátuas mais pequenas e toquei-lhe no rosto, ela parecia que estava a chorar, mas estava com uma expressão serena.
Ao sair, o Zayn encontrava-se especado na porta, a olhar em choque, para mim:
- O que é que estás aqui a fazer? Eu não te quero aqui! Estás proibida de vir aqui!- ele agarrou-me no braço com violência e arrastou-me para o exterior.
- Tem calma, eu não fiz por mal. Apenas estava a passear e encontrei este mausoléu. Desculpa.
- Este lugar é sagrado e nem tu nem ninguém tem permissão para meter aqui os pés! Percebeste? Se eu sei que voltas a meter aqui os pés, não hesitarei em tomar medidas drásticas.
Ele arrastou-me até á porta da mansão e quando chegámos ao me quarto, ele atirou-me lá para dentro e trancou-me. Uma vontade enorme de chorar tomou conta de mim, mas consegui conter-me.
ZAYN’S POV
- Não acha que exagerou?- o Albert materializou-se á minha frente.
- Não, não exagerei. Ela violou algo sagrado para mim e eu isso não permito a ninguém! Por muito que goste dela, aquelas estátuas são tudo o que eu tenho de mais importante e de mais verdadeiro na minha vida. Elas estão ali para descansar e nada pode perturbar a sua paz.
- Mas ela não sabia. Estava a passear no jardim e encontrou o mausoléu por mero acaso. Agora, está deitada no quarto, a chorar, pensando na maneira como o menino a tratou. Está farta de estar aqui e preferia que o menino a tivesse morto, em vez de a estar a submeter a este sofrimento.
Olhei para o Albert, completamente surpreso e secretamente guardava um sentimento de culpa e tristeza, por a ter magoado e por ela estar em sofrimento. Não desejava isso a ninguém.
- Estás a ler os pensamentos dela?
- Estou- disse, sem hesitar na resposta.
Virei-lhe as costas, para me ir embora. O meu caminho foi impedido por uma barreira invisível, que me manteve na sala:
- Não quer saber no que ela está a pensar agora?
- Não, mas acho que vais dizer na mesma, não é?- revirei os olhos.
- Ela, apesar de todos aqueles pensamentos tristes e de todo o sofrimento que vai no seu coração, mantém uma imagem na mente que prova que apesar de tudo, ela gosta de si.
- Qual é?- perguntei.
- Ontem , quando o menino lhe mostrou as asas. Ele viu alguém especial, alguém querido, não o homem violento e frio que mostra ser.
O meu mundo parou naquele momento.
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