Minhas memórias estilhaçadas.
Cada qual, sucumbida à um fragmento dramático.
Particulariza-se a menor partícula
pelo chão desta estreita casa,
que num momento de loucura,
trouxe-me o café chorado sobre os pés.O átomo é a insanidade de meu eu piegas,
de meu falso deus
que até então jamais atendeu minhas rezas.Minhas memórias estilhaçadas.
Comprometidas com a gravidade,
gritando "eureca" aos sete ventos.
cortam
todas as pontas de dedos que insensivelmente
tocam-me.
e num repúdio ardiloso
fogem por entre os muros da cidade
que tristemente habito.Minhas memórias estilhaçadas.
Quanto as mais instigo, mais estilhaçam-se.
Minuciosas pepitas, pedaços de pensamento.
Uma pedra preciosa perdida em mim,
na cabeça,
no devaneio do tempo.Minhas memórias estilhaçadas.
De tudo que falo, és somente uma autoria fragmentada.
Cortada como um jogo de quebra-cabeça:
não lembro de ti, para remontar-te.
Não decoro-te
para incansavelmente
esquecer quem és
e reencontrar-me
em tuas minúcias
mais uma vez.