Capítulo sem título 12

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sei da minha ingenuidade.
de minha pouca idade,
cara lisa juvenil,
denunciando a cada sorriso pequeno
ou longo pensamento
a imaturidade em não querer
existir.

sei da minha ingenuidade.
de que quem veio para a festa,
não quis ficar para arrumação.
que passaram pela entrada,
riram, em fascinação
e partiram.
todos.

sei da minha ingenuidade.
que quem tocou,
não quis sentir de fato.
dedilhou-me como se soubesse o ritmo,
desta canção que sou
nunca ouvida.

sei que sou ingênuo.
permito-me assim,
ser enganado,
pisoteado,
rasgado,
dito como fragilizado.
mas lá dentro, da caixa do coração,
gargalho.
faço-me de bobo pra provar-te humano,
tua eterna imperfeição.
sou defeito de fábrica
então?

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