Capítulo 1 - Novo lar

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Meu melhor amigo, Lucas, dirigia com um olhar concentrado por aquelas ruas estreitas, as quais nunca vi antes, tudo era novo para mim. O céu azul ganhava um tom escuro, começava escurecer e ainda não tínhamos chegado. Passávamos por uma rua na qual casas enormes e majestosas se erguiam "um bairro nobre, com toda certeza", pensei. 

Alguns metros à frente paramos em frente a uma casa com um muro alto ornamentado em um tom amarelo e um telhado acizentado. Na frente do portão branco e enorme daquela casa, encontrava-se um homem com um uniforme azul marinho. Parecia estar à espera de alguém. Lucas abaixou a janela do carro e, instantaneamente, o homem veio até o carro. Sem me explicar o que estava acontecendo, Lucas apenas disse:

- Chegamos, lar doce lar. - Confuso, apenas o segui descendo do carro.

- Ele estacionará o carro na garagem. Vem, vou te mostrar nossa nova casa.

- Uau! Não imaginei que ficaríamos em um lugar como esse.

- É um pouco exagerado, eu sei.

- Um pouco? - respondi.

Entramos na casa. Um jardim de grama verde ornamentava a entrada. Do portão até a entrada da casa, um caminho de pedras tinha sido feito e ao lado uma pequena fonte que deixa o local com um ar mais gracioso. Na garagem já se encontrava o carro com nossas coisas. Lucas foi até o homem que nos ajudou, conversou com ele e logo voltou até mim.

- Ele vai nos ajudar a carregar nossas coisas.

- Obrigado! - Agradeci ao rapaz.

Ao entrar na casa fiquei ainda mais boquiaberto, uma sala com um enorme sofá branco e uma TV também enorme, além de objetos de decoração que deixava tudo belíssimo. Em seguida ele me levou até o quarto em que eu ficaria. Era enorme, umas duas vezes maior que o meu antigo quarto. Uma cama grande e confortável e já arrumada, além de um armário e uma estante para livros. Também tinha uma escrivaninha e um criado mudo próximo a cama. Parecia um daqueles quartos de novela ou séries americanas. Tudo tão bem arrumado — é incrível — , parecia um sonho.

Coloquei minha mochila sobre a cama e me sentei para observar tudo com calma. Lucas entra no quarto com uma caixa em mãos. Rapidamente fui ajudar ele.

- Obrigado! - Falei sorrindo um pouco. Ainda estava desconcertado com tudo isso, não sabia como me portar.

- Não precisa agradecer. Irei pegar o restante das coisas que o Fred deixou na sala.

- Eu irei ajudar, só preciso colocar isso em algum lugar. ­- Coloquei a caixa no chão próximo a escrivaninha.

- Não precisa Sam, você deve estar cansado da viagem e o Fred vai me ajudar, não é tanta coisa assim.

- Nem pensar Lucas, irei ajudar sim e nem tente me impedir. - Não dei chance de resposta a ele. Ele costuma ser gentil demais e só temos tanta bagagem por minha causa. Não consegui me separar dos meus livros.

Não demorou muito, eu já tentava organizar algumas coisa no meu novo quarto. Preenchia as prateleiras vazias da estante com meus livros, a maioria clássicos da literatura, principalmente de horror. Tá, eu admito, tem muitos best-sellers também. Desde pequeno sempre gostei de ler, dos romances água com açúcar aos clássicos do horror. Alguns desses foram presentes do Lucas. Além dos meus livros, trouxe comigo meus Action Figures, custaram uma fortuna, praticamente um pulmão meu, mas não iria deixar eles para trás sabendo que minha mãe ou algum outro moleque poderia entrar no meu antigo quarto e quebrar todos. Estava distraído organizando minhas coisas quando Lucas bate na porta.

- Muito ocupado? - Ele pergunta exibindo seu sorriso perfeito.

- Acho que sim, desculpa, acabei trazendo coisas demais. - Sorrio sem graça.

- Não se preocupe, vai ajudar você a se sentir mais à vontade. Apropósito, este computador é seu. - Lucas fala me mostrando um computador que se encontrava na escrivaninha.

- É sério? - perguntei incrédulo e boquiaberto.

- Sim! São presentes do meu pai, também ganhei um. - Ele fala como se tivesse ganhado uma caixinha de chicletes.

- Como posso agradecer a ele? Nem sei se posso aceitar. - Eu devo estar com uma cara de idiota nesse momento, aquele computador era incrível, nem em meus melhores sonhos eu poderia comprar um daquele.

- Não se preocupe, meu pai gosta muito de você, afinal, se não fosse por você eu nem estaria aqui. - Ele senta ao meu lado e me olha com uma expressão extremamente feliz.

- Obrigado. Se não fosse por você e sua família eu também não estaria aqui. - Me sinto envergonhado, minhas bochechas começam a esquentar.

- Não seja bobo, quer ajuda? - Ele fala pegando uma das caixas das minhas Action Figures sem o menor cuidado.

- Ei! Tenha cuidado, vai danificar.

- Você é tão ciumento com essas Action Figures.

- Me devolve isso! E não, não preciso de ajuda, pode ir arrumar suas coisas também. - Falo isso enquanto empurro ele.

- Ei Sam, você está me expulsando?

- Sim! — afirmo — Você é mais desastrado do que eu, vai quebrar tudo.

- Puxa! É assim que você trata seu melhor amigo?

- Não tenho culpa se você é um chato, e pare de ser dramático.

- Não estou sendo dramático. - Ele faz o tradicional biquinho dele, isso é tão engraçado.

- Está sim, agora deixe-me arrumar minhas coisas e vá organizar as suas também ou vou ligar para o seu pai e dizer que você se embriagou e me largou no meio do caminho.

- Você não faria isso. - Ele me olhar com um olhar desafiador.

- Quer apostar? - Retiro meu celular e finjo ligar para o pai dele.

- Já estou indo. - Ele sai correndo.

- Idiota.

- EU OUVI ISSO!!! - Ele grita.

É inevitável as minhas gargalhadas. Retorno a cama e me deito, tão macia. Olho pela janela e vejo que o céu está tão bonito, parece um sonho. Foi apenas um dia, mas já sinto que uma nova vida e grandes aventuras estão por vir.

Nota: Oi, esse é meu primeiro projeto, se você leu até aqui, meu muito obrigado! Deixe seu feedback, será muito importante para mim e para a continuidade do projeto. Espero que tenha gostado, nos vemos no próximo capitulo.

O autor s2

Quando a Noite CaiOnde histórias criam vida. Descubra agora