Can't Help Falling In Love

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  "Wise men say

Only fools rush in

But I can't help

Falling in love with you"  




Gilbert Blythe

  Minha cabeça parecia girar e girar pelo nervosismo enquanto esperava por Anne na porta de sua casa. Era um belo sábado ensolarado e a menina tinha me garantido que já sabia o local perfeito para fazer o nosso trabalho. Logo escutei o barulho da porta e olhei assustado, encontrando uma Anne risonha e com uma pequena cesta na mão.

  - Marilla insistiu em fazer biscoitos para nós- sorriu tímida e desviou o olhar para o chão.

  - Que gentileza- sorri para a mesma que ainda não me olhava- Bom, vamos? Temos que aproveitar este belíssimo dia.

  - Oh, sim, vamos, vamos- ela falou e desatou a andar a minha frente, mas a alcancei sem muito esforço. Enquanto andávamos pude notar um menino de longe nos olhando.

  - É o Jerry, um amigo meu que trabalha aqui, pode ignorar ele, ele é muito enxerido- ri e concordei com a cabeça.

  - Então, vai me dizer qual lugar é esse que você considera tão lindo?- questionei tentando ficar mais próximo dela.

  - Bom, eu poderia fazer uma surpresa, mas não tem motivos para isso, nós estamos indo para a praia- a olhei confuso e surpreso.

- Praia?

- Sim, praia- ela aumentou o sorriso e olhou para frente- P-R-A-I-A - soletrou e eu ri.

- Hm, vejo que continua inteligente como sempre Srta Shirley- ela riu.

- Garanto que não tanto quanto você, futuro Doutor Blythe- meu sorriso se alargou no rosto e sem pensar muito eu peguei na sua mão com euforia.

  Ela me olhou surpresa e logo se afastou novamente. Sorri sem jeito. 


  O caminho continuou em um grande silêncio. E eu me torturei em pensamentos me culpando por deixa-la distante novamente. Quando chegamos perdi o folego, era realmente um lindo lugar. Olhei ao meu lado e então, lá se foi meu folego novamente. 

  Anne fechara os olhos e inclinava a cabeça como se para sentir melhor o vento que vinha em nossa direção, seus cabelos laranjas estavam soltos ao vento provocando uma bagunça ruiva, o sol parecia a iluminar e eu soube que não tinha mais nada que eu pudesse fazer, eu sou um tolo por isso mas eu não posso evitar  de me apaixonar por ela.

 - Não é uma das coisas mais lindas que você já viu?- ela questionou sem me olhar.

- É, é sim- mas não era da paisagem que eu falava, eu nem mesmo olhava, era dela. Ela era uma das coisas mais lindas que já vi.


Anne Shirley-Cuthbert

  - Não é a coisa mais linda que você já viu?- questionei a Gilbert enquanto admirava a linda paisagem.

  - É, é sim- ele falou e o olhei, seu olhar não estava focado na paisagem como imaginei, e sim em mim. Ele me olhava de forma profunda, me lembrando de quando em um dos natais passado ele me deu esse mesmo olhar, mas agora parecia um pouco mais diferente, talvez mais confiante, já que ele não desviou ou sorriu sem graça. Suspirei e voltei o olhar para o amontoado de folhas que trouxe comigo.

 - Bom, vamos começar?- perguntei tentando afastar esse clima estranho, ele sorriu e afirmou com a cabeça.

 - Vamos, eu sei que você é ótima para escrever histórias, acho que vai se sair bem com um poema- minhas bochechas coraram e acredito que fiquei com o rosto da cor do meu cabelo neste momento.

  Ficamos muito tempo focados em escrever o poema, e no fim estava dando certo. Eu e Gilbert funcionamos bem juntos. Digo, para escrever poemas juntos. Nada mais que isso. Comemos alguns biscoitos durante nossa escrita. Foi uma tarde agradável. Nós nos sentamos em cima de uma toalha que Marilla me deu para trazer, Gilbert estava deitado apoiado em seu braço e olhava concentrado para o papel a sua frente. Seu rosto formava uma leve ruga entre as sobrancelhas enquanto ele colocava toda sua concentração naquilo e não pude evitar uma leve risada.

  - O que foi?- ele me olhou desviando a concentração do papel a sua frente.

  - Você fica com uma ruguinha bem aqui quando se concentra- indiquei tocando o local e ele semicerrou os olhos.

  - Haha, você morde a boca quando esta concentrada sabia- ele falou e retirou a minha mão de seu rosto, mas não a soltou, nem eu soltei também- Por que olhava para o meu rosto, estava me admirando?- falou confiante e rolei os olhos.

  - Por que olhava para a minha boca, estava me admirando?- rebati mas logo em seguida me arrependi, ele mudou a expressão e suspirou.

 - Você não vai querer saber o motivo- afastei minha mão dele e olhei os papeis a nossa volta.

 - Acredito que já temos algo pronto aqui, então vamos embora ?- questionei juntando os papeis e me levantando, ele se levantou também.

  Gilbert se aproximou perigosamente de mim e segurou minhas mãos. Meu coração pareceu dar uma cambalhota de nervoso.

 - Gilber, o que você esta fazendo?- falei assustada tentando me afastar, mas ele se aproximou mais ainda.

 - Anne, por favor não fuja de mim novamente- minha respiração falhou.

 - Do que você esta falando Gilbert? Eu não fujo de você- falei desviando o olhar.

- Anne, sempre que eu me aproximo você foge de mim como se eu tivesse alguma doença contagiosa, por Deus eu não aguento mais isso- ele colocou a mão em meu rosto e me fez olhar para ele- Eu guardei isso pra mim por muito tempo, e juro que tentei, tentei de todas as formas e com todas as forças não sentir o que sinto por você, mas agora eu não posso evitar e sei que você sente algo por mim também Anne, por favor me diga, você me ama como eu amo você?- eu não podia acreditar que estava escutando Gilbert Blythe dizendo na minha frente que me amava e esperando uma resposta. A resposta, por mais que eu temesse tanto, era que sim, eu o amo também. Mas eu não posso falar isso.

  - Gilbert, não fale besteiras por favor- falei tentando manter a voz firme, o que foi uma batalha perdida, pois a mesma saiu fraca e tremula.

  - Anne, eu sinto- ele fala e então se aproxima, viro o rosto a tempo e o mesmo esbarra seus lábios em meu rosto, onde deposita um longo e cálido beijo. Me afasto dele e junto minhas coisas.

  - Por favor, esqueça tudo isso e não me procure mais- falei saindo dali com pressa, sinto as teimosas lagrimas caindo de meus olhos e me amaldiçoo por ser tão fraca por Gilbert Blythe.



Shall I stay?

Would it be a sin

If I can't help

Falling in love with you?  "

- Can't Help Falling In Love


Only YouOnde histórias criam vida. Descubra agora