Caçador

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Planeta Hadaz -Zona Morta

O chão era frio e úmido, com um líquido fétido que escorria das paredes e minava do chão.A escuridão e os sussurros o desorientavam.O corpo estava fraco.Havia uma batalha para manter os pensamentos em ordem, para manter o medo sob controle.Entendia que estava sendo mantido vivo  para servir a um propósito dos Hadazrianos.
Jogado no chão, inerte e cansado, sentiu as vibrações das pisadas pesadas do terror.Não sabia quanto mais aguentaria, não sabia quanto mais adiaria.

O que seria uma grande porta pesada de pedra, fora removida revelando consigo um cheiro insuportável de mortos das criaturas horrendas que entraram na cela e o levantaram com brutalidade do chão.O tormento iria recomeçar.Artab era arrastado pelos membros superiores com apertos dolorosas das garras das criaturas, por um longo percurso escuro e irregular com o constante cheiro fétido de carne em putrefação.A brisa gelada já se fazia presente indicando que estava se aproximando da saida do que para Artab parecia uma tumba.Ao chegar no local fora jogado de cara contra o chão duro e irregular.Ao seu redor os gritos e urrus das criaturas de pele negra e aspecto úmido, e com seus dentes afiados feitos para dilacerar qualquer carne o faziam desmanchar em medo, agiam por instinto mas de alguma forma algo os seguravam para não o devora-lo.Por mais que estar ali fosse aterrador, estava por fim revelando algumas questões e dúvidas que surgira em suas pesquisas ao qual seu amigo de pesquisa Cris Jauregui precisava saber urgentemente.Como faria para avisar ao amigo? Não sabia.Para Artab estar ali, estava sendo um terror, mas a certeza de que morreria já não lhe aterrorizada tanto quanto o propósito que eles tinham para com a Terra.Seu pavor vinha de saber que não poderia compartilhar tantas revelações e assim salvar vidas. Seus estudos sobre os Hadazrianos touxeram poucas revelações, mas ali pode ver que agiam por estinto em tudo, até mesmo na hierárquica. Pareciam colonizadores mas na verdade eram muito piores.
Pelo pouco que Artab pode observar o planeta Hadaz parecia morto...mas apenas parecia, de onde estava, próximo a um penhasco no qual tudo indicava ser para as feras uma espécie de local de reunião, podia visualizar a cada clarão de raio a vastidão do planeta que naquele ponto parecia não haver nada além de pedras, e terra negra, mas uma observação  mais cuidadosa revelava vida vegetal e água.O frio era cortante, e sendo que os udorianos tinha a capacidade de regular a temperatura interna para não sofrerem com alterações externas, deduziu que o frio ali era de temperatura extrema mas não havia gelo.O que fez acreditar numa possível hipótese de que o planeta orbitava sem nenhum tipo e proteção atmosférica.

Momentos de reflexão passaram rápido diante da platéia eufórica e numerosa de Hadazrianos rosnando, babando, mostrando seus dentes e língua como que num desejo de saborear sua carne.

Estar fora da grande caverna em nada aliviava a tensão, já não existia a luz do sol no planeta, era noite tendo como única fonte de fraca luz um planeta semelhante a lua, que também era um satélite que ficava na via lactea uma galáxia anos luz de onde estavam, e lá também ficava a Terra, planeta esse que se tornou o motivo de estar ali.

Os gritos e rosnados aumentaram, fazendo o udoriano Artab se encolher, e em sua direção vinha a criatura que desde o primeiro momento que o vira o achara diferente de todos os outros, sua pele era acinzentada, grossa, suas mãos eram grandes e musculosas assim como todo o corpo, seus membros superiores se destacavam assim como seus ombros largos de maneira desproporcional.A cabeça era sustentada por um pescoço grosso, na face a ausência de narinas, havia um duto auditivo, uma boca grande cheia de dentes putiagudos feitos para mastigar qualquer tipo de carne dura de qualquer criatura, e diferente dos outro não andava encurvado, não rosnava de forma descontrolada, e conseguia se comunicar.Seus olhos era o que mais intrigava, pois se assemelhava a olhos humanos, eram idênticos, com a pequena diferença de sua íris serem negras

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