2- Um cartaz...

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        P.O.V: Daniel

Os dias parecem que estão passando arrastados.

Mal consigo ver o sol se pôr.

Estou à dias trancado aqui nessa casa, a dias não me alimento direito.

A barba está por fazer, nem banho estou tomando, mesmo, eu sabendo que só se passaram quatorze dias, para me são quatorze anos.

Estou na monotonia do dia a dia.

Sei que estão batendo em minha porta, ate já recebi a notificação de despejo, mais não tenho ânimo para fazer nada.

Primeiro perdi o único emprego que ainda sabia fazer alguma coisa, por mais bosta que fosse, ainda assim, era o único.

Depois a Kátia terminou comigo e logo em seguida já está com outro, vadia.

Levanto me arrastando ate o banheiro, me olho no espelho e o reflexo que vejo, está derrotado.

Olheiras enormes abaixo dos olhos, barba grande.

Sem expressão.

Me tornei o pior dos homens.

Faço minhas necessidades e vou ate a cozinha para ver se acho alguma coisa na geladeira para comer, abro-a e só encontro água, uma cabeça de repolho cortada pela metade e uma garrafa de vinho bem abaixo da metade.

Está na hora de dar um novo rumo a minha vida.

Volto para meu quarto, pego meu notebook, vou passando de site em site, para ver se encontro, algum lugar precisando de funcionários, mas era inútil, não sei fazer nada além de advocacia.

Meu pai queria que eu seguisse sua "brilhante carreira", talvez seja pra ele, só que não pra mim.

Anoto alguns lugares para ir, fecho o notebook e vou tomar meu banho, faço a barba, coloco uma camisa pólo, uma jaqueta de couro preta, calça jeans e um tênis que eu gostava muito, passo perfume, pego minha carteira, as chaves da casa e saio.

Passo primeiro no caixa eletrônico do banco para ver se tenho algum dinheiro ainda, faço a consulta em tela e para minha surpresa ainda tinha dez reais, retiro aquele dinheiro e vou até uma lanchonete próxima dali.

Compro uns salgados e um refrigerante coca diet, termino de comer, pago a conta e vou ando pela rua.

Atravesso a rua sem olhar para os lados, quando dou por me, sou lançado a toda velocidade ao ar, caindo logo a frente, minha visão começa a ficar embaçada, sinto dores por todo meu corpo, um homem se aproxima de me, o mesmo pede para que eu ficasse calmo.

- O senhor, poderia responder onde está doendo? - ele segura minha cabeça e olha diretamente em meus olhos.

- S-sim.

- Então, onde está doendo, senhor? -ele torna a me perguntar, mas não consigo responder, minha cabeça começa a doer muito, sinto minhas forças acabarem pouco a pouco, meus olhos vão se fechando, quando sou sacudido por ele.

- Não durma... fica comigo... conversa comigo... não fecha os olhos, a ambulância já esta vindo...

***×***

          P.O.V: Narradora

Daniel, andava nos últimos dias muito deprimido.

Deixou de fazer muitas coisas.

Não tinha ânimo para nada.

Agora ele acordou, mas, sua vida ainda vai ter muitas reviravoltas, mal sabe ele de tudo que lhe aguarda.

Andava distraído, não olhava por onde pisava e mal viu ele que não estava atravessando na faixa, mas, não era só ele que estava desatento.

O motorista de um HB20 furou o sinal vermelho, indo de encontro ao Daniel, mas diferente de muitos motorista ele deu assistência.

Daniel, foi levado ate o hospital e o motorista assinou todos os papéis, se responsabilizando por ele.

***×***

        P.O.V: Daniel

Acordo em um quarto todo branco, olho para o lado e tinha um homem sentado de mau jeito, ele estava dormindo, fico parado olhando para ele, seu cabelo grande, um pouco bagunçado, havia soro conectado à minha veia e aviam outros aparelhos conectados à mim.

Ele remexe na cadeira e acaba tomando um susto, quando me vê olhando para ele.

O homem se levanta rápido e vem até  mim.

- O senhor, está bem?- ele segura em minha mão com, toda delicadeza do mundo.

- Sim... estou bem sim. - respondo.

- Me perdoa por ter atropelado o senhor. - ele faz uma carinha triste e abaixa a cabeça. - Estava desatento.

- Tudo bem, acidentes acontece e a propósito, pare de me chamar de senhor, meu nome é Daniel, Dani se você quiser. Mais, qual é o seu? - ele olha pra mim e dá um sorriso de canto.

- Me chamo, Anderson Bizzocchi, mais pode me chamar de Andy, se preferir.

- Ok Anders... Andy, é um prazer te conhecer.

- Dani, você ta sentido alguma dor?

- Não, só to um pouco fraco. - respondo.

- Vou chama o médico, já volto. - ele fala e sai da sala, tempo depois ele volta com o médico.

- Olá senhor, meu nome é Rafael Bastos, sou eu que estou cuidando do senhor, como está se sentindo? - o médico, me pergunta.

- Bem, só estou um pouco cansado.

- Bom, isso é por que o seu organismo está fraco, tem se alimentado bem nos últimos dias?

- Bem, é uma palavra muito forte... bem, bem, não, por que nos últimos dias não tenho sentido fome, então estou comendo pouco.

- Olha tem que comer nas horas certas e bem, nada de comer só lanches, vou passar uma receita para que o senhor compre alguns fortificantes, e também faça uma dieta saudável. Outra coisa mesmo não sentindo fome, dever comer algo, leve que seja, mais deve.

- Quando vou sair daqui, doutor?

- Amanhã mesmo já estará liberado, mas tem que ficar de observação.

Andy, ficou comigo o tempo todo, passou a noite tomando conta de mim. Finalmente chegou a hora de ir embora, assino os papéis e quando estou saindo da recepção vejo um cartaz.

" Precisa-se de um bom palhaço, para trazer alegria, as pequenas criatura, que Deus criou. Quem estiver interessado é só procura no Hospital Sagrada Paz, o Dr. Rafael Bastos."

Aquele cartaz me chama atenção.

Resolvo perguntar se a vaga já estava preenchida, mas, para a minha surpresa não...

               

               

Um Beijo DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora