Richie p.o.v Depois de várias pesquisas sobre homestay, eu estava decidido: ficaria em uma casa a 5 quilômetros da escola. A família parecia muito acolhedora, composta por um casal e dois filhos. Aparentemente, o mais velho estava vivendo em outro país.
Deixar meus pais, amigos e colegas aqui é muito difícil, sim, mas cheguei a um consenso de que era o melhor para mim: estudar fora de Portugal.
Coloquei minha guitarra nas costas, segurei minha mala e olhei para trás, me despedindo do meu quarto. Ajeitei meus óculos e segurei minha mochila com a outra mão vaga.
Eu levo isso – disse meu pai, pegando minha mala e descendo as escadas com ela. Obrigado – sorri de lado.
Minha mãe me admirava no final da escada. Fui descendo calmamente, olhando cada cantinho de minha casa.
Meu bebê já está um homem – disse minha mãe, sorrindo com os olhos marejados e fazendo carinho em meus braços. Eu a abracei e me emocionei também.
Pronto, chega de choramingo, família. O Richie virá nos visitar ou a gente irá para Nova York, okay? – disse meu pai, nos confortando. Eu e minha mãe respondemos com a cabeça, em sinal de sim.
Colocamos tudo no capô do carro e seguimos rumo ao aeroporto. Minha mãe foi todo o caminho abraçada a mim. Era difícil para ela deixar seu pintainho sair da asa e fazer a sua vida.
Assim que chegamos, tiramos as malas e meus pais me acompanharam para fazer o check-in. Depois disso, fomos tomar milkshakes enquanto esperávamos a hora do embarque.
Richie, nada de virar fantasma e não nos dar notícias, okay? – falou minha mãe, séria. Sim, minha mãe linda – beijei sua bochecha enrugada. Se você não estiver gostando de lá, é só me avisar, okay? A gente arranja outro lugar – ela encostou sua cabecinha em meu ombro. Sim, eu avisarei. Logo, ouvi o anúncio do embarque.
Ahhh, já? – ela falou como um bebê. Pois é – fiz biquinho. Me levantei, despedindo-me dos meus pais, que limpavam suas lágrimas em minha camiseta branca.
A gente te ama, filho – disse meu pai, beijando meus cachos. Eu também vos amo – beijei suas testas. Me separei deles, mandando vários beijinhos para o ar. Fui para a sala de embarque ajeitando meus cachos e meus óculos. Esse é o momento. Subi no avião, que estava cheio de pessoas. Tive um leve ataque de ansiedade ao entrar no avião, pois não gosto nada de aviões. Coloquei meus fones e me permiti apreciar a vista da janela.
(...)
Cheguei depois de várias horas de viagem, com o pescoço doendo. Peguei minhas malas e saí da sala, onde encontrei a senhora Kaspbrak com uma tabuleta dizendo "Richard Tozier".
Fui até ela, que me recebeu carinhosamente. No caminho para sua casa, ela me apresentava os lugares por onde passávamos. Eu estava deslumbrado com Nova York, tudo muito lindo e iluminado.
Você está gostando, Richard? – perguntou a senhora ao meu lado, conduzindo. Estou, é tudo muito bonito... Ah, e já agora, pode me chamar de Richie. Anotado – sorriu. Depois de longos minutos, finalmente chegamos ao destino: a casa dos Kaspbrak.
Saímos do carro, pegamos as malas e adentramos a casa, que parecia ser muito acolhedora.
EDDIE – gritou a senhora. – O RAPAZ CHEGOU!
Eddie.p.o.v
Ouvi minha mãe avisar que o rapaz que ficaria com a gente já havia chegado. Desci as escadas com calma, curioso para ver como era esse tal rapaz.
Cheguei no final das escadas e fiquei admirado com o rapaz à minha frente. Magro, com cabelos ondulados de cor preta, usava óculos, mas mesmo assim dava para ver as sardas em seu rosto. Ele trajava umas calças pretas, uma camiseta branca por dentro e uma camisa com padrões tropicais por fora. Tinha as unhas pintadas de preto e trazia uma guitarra nas costas. Não era todo dia que eu via alguém com o estilo dele.
Hey, eu sou o Richie – sorriu, esticando a mão, que, pelos vistos, era macia. Prazer, Eddie – apertei sua mão. Vai, Eddie, ajuda ele a carregar as malas e mostra-lhe o quarto. Tá – segurei uma de suas malas, que pesava para caramba. Nossa, o que tem aqui, tijolos? Não, são pedras preciosas – riu. Hahahaha, engraçadinho.
Chegamos no quarto, que era do meu irmão mais velho, que estava em outro país. Richie repousou suas coisas no quarto, admirando cada cantinho dele, cada detalhe. Para ele, tudo era interessante.
-Ahm... Esteja à vontade. Obrigado – falou, pegando sua mala.
Saí do quarto, deixando-o arrumar suas coisas.
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