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LUKE // PRESENTE

Quando cheguei em casa, Michael já não estava mais lá, peguei meu celular para olhar as mensagens enquanto eu tomava o café, que já estava gelado, tinha uma mensagem de Michael falando para eu colocar comida para a cachorra e uma de Justin dizendo que nosso encontro hoje tinha sido incrível, eu sorri ao ler a mensagem dele, guardando meu celular no bolso e me levantando para colocar a caneca na pia. Coloquei comida para a Petúnia e saí para a aula, eu já estava atrasado.

oOo

Cheguei em casa depois da aula, coloquei minha chave e meu celular no móvel perto da porta e avistei Michael sentado no sofá com uma cara nada boa, parecia que ele tinha chorado, aquilo machucou meu coração. Se eu o conhecesse bem, e eu conhecia, aquilo significava que iríamos brigar de novo, por coisas fúteis ou por algo que não era real. Da última vez que o vi assim ele me acusou de estar dormindo com Sierra, a vizinha de cima, mas caso ele nunca tenha notado, eu sou gay.

"Luke?" Ele me encarou com os olhos marejados. "Você chegou mais cedo hoje."

"Esse é o horário que eu sempre saio de lá." Falei, pendurando meu casaco.

"Então por que ontem você chegou duas horas mais tarde? E no dia anterior? E no dia antes?" E lá vamos nós.

"Não sabia que eu tinha que bater cartão pra entrar e sair da minha própria casa." Eu falei e me arrependi na hora, vai começar toda a humilhação de novo.

"Sua casa?" Ele falou, rindo sarcasticamente. "Engraçado, porque eu achava que MINHA mãe que pagava o apartamento para EU morar e eu fui estúpido o suficiente para acolher alguém que me traiu."

Eu olhei para ele incrédulo, não era possível que ele estava me acusando disso de novo. Eu pude ver arrependimento nos seus olhos no segundo em que ele terminou de falar aquilo, mas agora já era tarde demais, ele já tinha dito. Peguei meu celular e a chave e saí de casa de novo, enquanto ele gritava se desculpando e eu podia ouvir que ele tinha voltado a chorar. Eu sabia que deveria ter ido para a casa de Justin de novo.

Quando meus pais me expulsaram de casa eu fiquei desolado e Michael me fez ir a um grupo de apoio a jovens gays rejeitados por suas famílias. O grupo realmente me ajudou bastante e lá eu conheci Justin, ele era dois anos mais velho e estava indo embora da cidade por ter sido aceito em uma faculdade fora do país depois de muito tempo estudando e falhando. Acabou que o curso não era nada do que ele imaginava, então ele saiu e voltou para Sydney.

Há mais ou menos um mês nos encontramos num café aqui perto e ficamos conversando por horas, foi nesse dia que Michael me acusou de estar dormindo com a vizinha, então acabei por não contar para ele. E não contei depois porque sabia que ele iria criar mais teorias malucas sobre eu estar o traindo e, para falar a verdade, eu gostava do fato de Michael não saber de nada sobre Justin e vice-versa, eu não queria que eles se conhecessem, porque em todo lugar que eu olhava tudo era do Michael e ele adorava me lembrar isso, era o apartamento do Michael, que me acolheu por pena, os amigos do Michael, que me aturavam porque namoravamos. Era um inferno. Justin era a única coisa na minha vida que não tinha absolutamente nada a ver com Michael.

Mandei uma mensagem para Justin pedindo para ele me buscar no café da esquina da minha casa e ele disse que ja estava saindo. Nos 10 minutos que passei sentado na calçada chorando enquanto esperava por Justin, Michael me mandou pelo menos 30 mensagens pedindo desculpas e falando que ele nunca deveria ter dito aquelas coisas, o que eu absolutamente concordo, ele não deveria estar dizendo 90% das coisas que ele andava falando para mim. Eu o bloqueei, não sabia por quanto tempo mais aguentaria aquele relacionamento. Para falar a verdade, eu só estava com ele por causa do Michael antigo, que jurava seu amor eterno e incondicional por mim através de bilhetes durante as aulas.

Fui tirado dos meus pensamentos ao ver o carro preto de Justin estacionar do outro lado da rua. Andei até lá, entrando silenciosamente no lado do passageiro.

"Você estava chorando por ele de novo, Luke?" Fiz que sim com a cabeça, desviando meu olhar para a janela enquanto limpava minhas lágrimas e ele colocou a mão em meu joelho para me confortar.

"Posso dormir na sua casa hoje?" Eu perguntei, assim que paramos no estacionamento do prédio dele.

"Sempre que precisar, Luke." Ele passou a mão pelos meus ombros, me acompanhando até o elevador.

Entramos em seu apartamento e nos sentamos no sofá. Ficamos um encarando o outro sem ter muito o que dizer, graças a minha situação o clima tinha ficado pesado, até isso Michael conseguia arruinar.

"O que ele fez dessa vez?" Justin perguntou, chegando mais perto de mim e fazendo eu hesitar por um segundo, mas era só Justin, ele estava acostumado a me ouvir reclamar de Michael.

"Ele veio me acusando de estar o traindo de novo. Não importa o que eu faça ou o que eu seja ele não confia em mim." Eu falei e comecei a chorar de novo. Justin se levantou e se sentou atrás de mim, então começou a massagear meus ombros.

"Ele te deixa muito tenso." Seus movimentos e apertões realmente me faziam relaxar, até eu sentir um beijo ser depositado na curvatura do meu pescoço, isso fez eu ficar tenso novamente, mas eu não me afastei, porque tinha sido... bom? "Se ele não confia em você..." Justin falou depositando beijos e chupões por todo meu pescoço até chegar perto da minha orelha. "Talvez vocês devessem terminar." Ele falou, me fazendo arrepiar.

Justin segurou o lóbulo da minha orelha entre o lábios, me fazendo gemer seu nome. Eu virei minha cabeça e o beijei.

Talvez eu devesse mesmo continuar com aquilo, não era como se minha relação com Michael fosse durar muito de qualquer jeito. Assim que amanhacesse e eu voltasse para casa, ou melhor, para o apartamento dele, ele me colocaria para fora ou teríamos uma discussão terrível sobre minha possível, agora real, infidelidade.

Eu optei por parar o beijo, por mais que meu corpo pedisse por mais, muito mais, mas eu não podia fazer aquilo com Michael.

"Eu não posso fazer isso." Virei meu rosto para o outro lado.

"Por quê?" Ele perguntou, meio surpreso.

"Eu ainda o amo, Justin."

"Entendo." Ele falou, entrando no quarto e voltando com uma coberta e um travesseiro. "Você ainda pode dormir aqui se quiser. Não vou tentar nada durante a noite." Ele riu sem graça.

"Obrigado."

Ent, decidi q vou att um dia sim um dia n, desculpa se eu esquecer.

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We Used to Have More // MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora