Desta vez, então, devemos saltar algum espaço tempo e deixar que o próprio Leonel Joel explique o ocorrido em sua Solidão.
Acordei no outro dia, completamente embriagado, e vomitei como nunca o fiz antes. Mas não por conta do álcool... este já sou demasiado acostumado. Eu o fiz quando acordei encoberto de sangue, do sangue da minha mãe.
Confesso que não senti remorso algum, apenas um sentimento de... vingança, talvez. Vingança pelo que ela causou à minha mente, vingança por ter vendido a filha por alguns milhares. Talvez algum dos carros voadores que vigiam a fazenda tenha acionado a polícia, não sei ao certo o que se sucedeu após o ataque de Mariazinha. Mas sei que o cachorro foi sacrificado e eu vim parar aqui, neste maldito julgamento. Talvez Leopoldino fosse o homem que realmente deveria continuar naquele lugar, assim ele não teria me trazido para cá, decerto. Pobre homem, taxado louco e incompreendido por todos. Uma pena sua morte, chorei quando soube.
— Narrei a história até aqui — disse o juiz, sempre com sua voz calma. — Meu dever é julgar o réu condenado ou não. Você assume seus crimes, rapaz? — como se fizesse diferença negá-los.
— Com todo o prazer que um dia pude sentir.
O narrador desta desgraçada história bateu o martelo três vezes e disse a tão famosa frase:
— Eu o considero culpado e sentenciado a pena de morte.
— Gostaria de pedir apenas uma última azeitona. Maria amava o fruto.
Umsuposto ocorrido trágico, que na verdade foi um erro questionar.
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Joel e Maria
Short StoryJoel amava Maria, a irmã, com demasiada intensidade, e quando a garota foi dada como desaparecida, ninguém acreditou em seus relatos. A solidão se fez pertinente na vida de Joel, bem junto da triste vida de alcoólatra e o seu cachorro. Quando a mãe...