Capítulo 13 - Controle.

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Acordo com um carinho gostoso na minha cabeça. Eu ainda estava cheia de sono, mas fiquei curiosa pra saber quem me fazia o carinho. Levantei a cabeça e abri um sorriso enorme ao encontrar aquele par de olhos azuis.

- Bom dia.- Louis estava deitado com as costas para cima, uma de suas mãos embaixo de seu rosto e a outra em minha cabeça, nossas faces quase coladas.

Eu acabei dormindo com a cabeça apoiada em sua cama, ainda por cima, dormi de mal jeito e minhas costas doem demais. Mas quem ligaria pra uma dorzinha dessas quando se tem Louis Tomlinson te observando bem na sua frente?

- Bom dia, Louis.- respondi enquanto me espreguiçava. Após um longo bocejo, reparei mais atentamente em Louis. Sua franja caia em um dos olhos por conta do cabelo bagunçado e tenho a leve impressão de que seus olhos estão mais azuis que o normal. Por que ele tinha que ser tão lindo?

- Achei que tinha ido pra casa.- ele sentou na cama e encarou suas mãos.

- Você já devia saber que eu não iria pra casa sendo que você está aqui.- sorri pra ele, que retribuiu timidamente.- Você acordou agora?

- Sim.

- Que horas são?

- São oito horas.- uma voz respondeu por Louis. Olhei para a porta e Andrew entrava acompanhado da mesma enfermeira que vi antes.

- Louis Tomlinson, você já pode ir pra casa.- ela disse.

- "Casa".- Louis corrigiu fazendo aspas com as mãos.

A enfermeira fez cara de confusa mas ignorou. Se aproximou de Louis e repetiu a mesma coisa do dia anterior. Colocou uma das mãos em sua testa e sorriu pra ele.

- Você não está mais quente, então está tudo bem.- ela mordeu o lábio, piscou para Louis e recuou alguns passos.

Louis restribuiu com um sorriso no canto da boca. Sinceramente, isso foi desnecessário. Quem ela pensa que é? Que cuide dos pacientes e vá embora calada.

Ela saiu da sala e sorri internamente por isso. Andrew se aproximou de Louis e respirou fundo.

- Temos que ir.

- Estou com fome.- Louis levantou da cama e andou desajeitadamente até mim.- Foi mal...- murmurou enquanto se apoiava em meu ombro.- Não sou muito bom em andar de manhã.

Ri e esperei até ele ficar menos tonto. Eu queria beijá-lo naquele exato momento. Queria sentir sua mão indecisa, que não sabia se segurava no meu rosto ou na minha cintura, queria sentir o gosto de sua boca mais uma vez, sentir sua testa colada na minha... Eu queria tudo naquele momento. Mas Andrew nos seguia, infelizmente.

Tomamos café nos hospital mesmo e, ao terminarmos, Andrew veio falar comigo enquanto Louis terminava o dele.

- Pode ir pra casa agora, Emma.- ele sorriu gentilmente.- Já fez muito por hoje.

- Ah... eu...- olhei para Louis de canto. Ele já havia terminado o seu café. - Eu só preciso falar uma coisa com ele antes.

Andrew fez que sim com a cabeça e eu fiz sinal para Louis me seguir. Nos afastamos de Andrew e eu comecei a falar.

- Eu quero pedir desculpas.

Ele levantou uma sobrancelha.

- Pelo quê?

- Por não conseguir te libertar ainda.- suspirei.- Eu sei que você odeia aquele lugar, mas eu ainda vou cumprir a promessa de te tirar de lá.

- Eu não quero te pressionar nem nada, mas eu estou contando com você.- rimos.

- Não me faça rir, isso é sério.- dei um leve soco em seu ombro e balancei a cabeça.- É incrível como você leva quase tudo na brincadeira.

- Há anos que não faço isso. Eu só fazia com um bom motivo.

- Que seria qual?- perguntei, chegando mais perto.

- Felicidade. E você me faz feliz, Emma. Então eu brinco.- ele juntou nossas testas.

Oh, Deus. Eu estava quase implorando por isso.

Abri um sorriso tímido. Eu já sentia suas mãos em minha cintura, e automaticamente, as minhas foram parar ao redor do seu pescoço. Louis me beijou com calma, como se quisesse apreciar cada segundo daquilo. Seus lábios desceram para o meu pescoço onde ele fez uma trilha de beijos. Seus braços envolveram a minha cintura e ele a apertou contra o seu corpo.

- Emma...- ele sussurrou no meu ouvido.- Eu te amo.

Um explosão de felicidade surgiu dentro de mim.

- Eu também te amo, Louis.- abri meus olhos e notei os de Louis perdendo a sua linda cor azul.- Louis?- tirei minhas mãos de seu pescoço e as coloquei em seu peito. Tentei enxergar seus olhos com mais atenção.

- O quê?- ele parecia não entender.

Louis on

Até segundos atrás, eu estava beijando a garota que surgiu de repente na minha vida, me fazendo feliz ao mesmo tempo. Agora eu me controlava para não pirar. Eu entendi porque Emma ficou meio assustada do nada. Eu já conseguia ver escuridão ao meu redor. Meus olhos estavam ficando negros outra vez. Mas de alguma forma, eu não deixava que eles me controlassem.

Você sabe que não gostamos disso.

De fato. Eu sei.

- Louis, seus olhos...- Emma me encarou.- Você está bem?

- Eles não gostam quando eu te beijo.- respondi.

Uma fraqueza, eu só preciso descobrir uma.

Fechei meus olhos e suspirei.

- Eu estou me controlando.- minha voz saiu tão calma que até eu me estranhei.- Não vou deixar que eles mandem em mim.

Aposto que não vai querer outra dor de cabeça, certo?

"Estou num hospital, vão em frente."- pensei.

Tem certeza disso?- riram.

Não, merda, eu não quero sentir dor outra vez.

- Louis, seus olhos estão... uma mistura de cores. Como se eles quisessem escurecer, mas algo não deixa.- Emma parecia vidrada em meus olhos.

- Como assim?

- Estão metade azul e metade preto.- ela recuou alguns passos.- Nossa...

Pisquei algumas vezes, respirei fundo, fiz tudo que eu podia na esperança de voltar ao normal. Abri-os novamente e tudo ao neu redor voltou a ter suas devidas cores.

- Agora estão azuis de novo.- Emma se aproximou outra vez e me encarou séria por alguns segundos.- Ei...- um sorisso começou a surgir em seu rosto.- Isso é bom. Você está aprendendo a se controlar.

- Verdade!- eu queria gritar um belo de um "consegui", mas tinha muita gente por perto e eu não estava a fim de pagar mico.

Emma deu um longo beijo em minha bochecha e me piscou um olho.

- Continue assim, vai me ajudar a cumprir a promessa.- riu.- Até logo.- virou-se e foi embora.

Eu podia ver Andrew me procurando mais ao fundo, mas preferi assistir a dolorosa cena de Emma Patterson se afastando de mim. Eu só queria alcançá-la, pegar em sua mão, puxar seu corpo para perto do meu e beijá-la até não poder mais.

Só tinha um problema: vozes.

Voices |L.T|Onde histórias criam vida. Descubra agora