Capítulo 10 -Atraente.

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Voltamos ao Hospício apenas para buscar o meu carro que estava estacionado em frente. Ninguém nos viu. Eu me preparei pra tudo.

- Onde vamos agora?- Louis perguntou enquanto entrava no quarto.

- Praia.- fitei seus olhos azuis, que ganharam um brilho de repente. Eu poderia admirá-los o dia inteiro, para o resto da minha vida.

- Sério?- Louis sorriu.

Concordei com a cabeça.

- Olha.-apontei para a janela do carro.- Tá um dia lindo lá fora. E você merece ver o mar depois de todos esse anos.

Louis on

Tive que concordar com que a Emma disse. Talvez eu mereça mesmo ver o mar, ver as pessoas lá fora, ver como está o dia. As coisas que eu faço, por estar preso naquele hospício, não são culpa minha e a Emma sabe disso. Eu ainda não me acostumei com as coisas aqui. Eu vejo todas essas pessoas andando de mãos dadas, felizes, crianças brincando com seus amigos... vejo coisas que eu nunca tive a chance de fazer.

Emma dirigiu até a praia. Saímos do carro e caminhamos pela areia quente. Ao sentir sua mão na minha eu me senti na pele de um adolescente idiota que, pela primeira vez na vida, conseguiu chamar a atenção de uma garota. Eu não pude deixar de abrir um sorriso. Me lembro quando eu fazia isso com a Eleanor, mas já faz muito tempo. Sem contar que ela está morta agora.

- Vem.- Emma me puxou para um banco e nos sentamos de frente para o mar.

Olhei para Emma ao meu lado. Ela estava distraída olhando pro horizonte, seu cabelo caído no rosto por conta do vento. Por Deus, como ela é linda!

- Ei.- ela se virou pra mim de repente. Desviei o olhar dela depressa.- Andrew disse que você não teve uma noite muito agradável ontem. É verdade?

Suspirei.

- Sim, é verdade.

- São eles, certo?- fez cara triste.

Emma on

Louis me observava com o olhos semicerrados por conta do sol forte.

- Eu não vejo a hora de me livrar deles, Emma.- encarou o chão.

- Você vai.- coloquei uma das mãos em seu rosto, fazendo ele olhar pra mim.- Porque eu tô aqui pra te ajudar, e eu não vou parar até conseguir.

Louis sorriu com o canto da boca e se aproximou de mim, colando nossas testas.

- Obrigado.- sua voz saiu rouca, o que me deixou arrepiada.

Não demorou muito até seus lábios tocarem os meus. Ai, por que eu gosto tanto de beijá-lo? Eu o conheço há tão pouco tempo, não sei porque quero tanto ajudá-lo e ficar perto dele. Pra piorar, seus beijos são cheio de carinho e desejo. Ele é atraente demais, não dá pra evitar.

- Eu gosto de você.- ele riu.- Isso é estranho e agradável porque eu não gosto de uma pessoa há anos.

[...]

Depois da maravilhosa descoberta de Louis gostar de mim e vice-versa, tive que voltar para o Hospício, pois o dia já estava acabando.

Estacionei o carro, Louis me ajudou a escalar a árvore e eu fiquei me equilibrando no galho enquanto tentava abrir a janela. Ao abrir, olhei em volta. Os corredores estavam mais escuros que o normal e eu ouvi uma voz ao fundo.

- Emma ainda não saiu?- era o Andrew.

Me afastei da janela e Louis parou ao meu lado.

- O que houve?- sussurrou.

- Andrew.

- Não senhor, ainda está lá dentro.

- Caramba, ela está demorando hoje. Não sabia que essas terapias levavam quase que o dia inteiro.

Em seguida, ouvi passos se afastando. Fiz sinal para Louis sair. Ele, com sua rápida agilidade, pulou para dentro do hospício e me ajudou a fazer o mesmo. Fechei a janela e corremos silênciosamente até o quarto de Louis.

- Cadê a chave?- ele me perguntou enquanto batia o pé no chão seguidas vezes.

- Não fique nervoso.- falei enquanto revirava a minha bolsa.- Merda, não estou achando.

- Rápido!

- Não me apressa.- fiz cara feia pra ele.

- Emma, tem alguém vindo!

Antes de mais nada, quero me desculpar pela demora em postar! É que eu queria terminar Killer logo, hehe.

Voices |L.T|Onde histórias criam vida. Descubra agora