Uma Fenda

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Foice o tempo em que um corte fazia chorar
Foi-se o menino que ali pegava o cobertor e ia deitar
Pra cobrir o tempo e ali o mesmo parar, como medo das tardes,
Das tardes de risos
Em choro virar
- Que bobo menino,
Distraído,
Cortou o dedo -

Se foi um bom menino
Se a infância boa
O desconverteu,
Da paz
consigo num lar cresceu,
Ninguém dirá
Mais ainda, quem dirá que o menino
Ainda é
E foi-se não menino
Mas um gigante,
E é agora mais menino ainda
Do que havia em sua estante
Pois está na veia o mesmo sangue,
Os mesmos olhos
As mesmas cores,
um pouco de corte, cabelo empoeirado
E deslembrança,
Cortado e picado
Nem insetos nem facas
Mas falta de memória, falta de
Controle e des
Destino,
- Desastrado -
Desespero
Desapego
Desisto
- Não menino, é só uma frase, o diretor corta essa parte sem importância, nem lembrança isso vira -

E há quem o diga que isso
de foi-se e fenda o
fitará
Como Uma luz brilhante
No corte final
Levando-o de volta
A poeira da estante,
Quem sabe de Estrela
- Ah menino, se cortou tanto que virou pó -

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