capítulo *1*

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PRÓLOGO

Novembro de 1964

Ouve se ruídos por toda a casa, luzes que piscam e se apagam sozinhas...

_O que fizemos Mary?O que fizemos?

Clamava Lizzy, enquanto andava de um lado para o outro agitada com suas mãos na cabeça comprimindo os ouvidos

_ Essas vozes Mary, elas não param, não param.....

_CALMA LIZZY, CALMA!!!!!

Mary tentava a qualquer custo acalmar a irmã, se colocando em frente a ela é puxando com força suas mãos, tentando em vão fazer com que Lizzy parasse de pressionar os ouvidos que já estavam vermelhos devido a força imposta sobre eles. Lizzy se desvencilhou de Mary com grande força jogando a irmã por cima da cama.

_Nós não deveríamos ter aberto aquele livro Mary. O que nós fizemos???_ disse Lizzy com os olhos transtornados.

_Para com isso Lizzy. Você está parecendo louca. E só um livro idiota, nada daquilo é real. Não se pode invocar bruxas ou espíritos nem nada disso, é tudo bobagem!

_Não é não Mary, eu a vi, ela é real e nos a invocamos. E agora ela está aqui. E vai nos matar. Eu sei que vai

_Isso não é real e não vai acontecer nada com a gente, para de ser paranoica.

Enquanto Mary se levantava da cama, uma vento forte entrou, fazendo com que as janelas batesse com toda a força,os papéis voaram por toda parte, todos os livros do quarto foram arremessados no chão como se algo ou alguém os tivesse jogado.

Mary assustada, se adiantou para catar as coisas que haviam caído, tentando convencer a si mesma que aquilo era somente uma força da natureza.
Abaixou-se para pegar os livros que caíram frente a penteadeira do quarto. Ao juntar os livros, apesar de estar abaixada, viu claramente por detrás de si um vulto passar na reflexo do espelho, sentiu em arrepio subir pela sua espinha, por um segundo, ela sentiu seu coração gelar.

Era a silhueta de uma mulher, pálida com longos cabelos negros que usava um vestido surrado de cor vinho escuro comprido sem mangas, percebeu que essa mulher tinha várias cicatrizes em seu braço descoberto como se fossem queimaduras a ferro, porém não pode ver seu rosto, pois o vulto passou de forma muito rápida em direção a porta do quarto.
Mary então se levantou e encarou o espelho por alguns segundos, tentando, em seu reflexo, ver se aquela imagem perturbadora ainda estaria atrás dela.
O medo tomou conta de todo o seu corpo, sentiu novamente o arrepio na espinha que sentira antes, só que dessa vez mais forte, soube que algo fora de seus conhecimentos estava acontecendo ali, por um milésimo de segundo teve certesa de que seu coração ia mesmo parar.

Ali, imóvel, e completamente perturbada pela imagem que acabara de ver, ela notou então que o quarto estava no mais completo silêncio, sua irmã não estava mais gritando histericamente como antes, foi então que percebeu que o vulto havia ido em direção a porta do quarto, local onde sua irmã estava.

Ainda de costas, olhando para o espelho, sem coragem de encarar o ambiente real, procurou pelo reflexo da irmã, e a viu parada bem na porta do quarto, no mesmo lugar em que estava quando tudo começou. Só que agora sua irmã estava de pé, parada, completamente imóvel, suas mãos esticadas ao longo do corpo, seus longos cabelos castanhos estavam cobrindo seu rosto abaixado, não permitindo assim ver suas feições.
Um silêncio mortal cortava o quarto...

_Lizzy você viu isso???_ perguntou Mary.

Não obteve resposta alguma da irmã, ela permanecia ali, imóvel em frente a porta do quarto.

_Lizzy???_chamou novamente.

Sem resposta alguma, Mary tomou coragem, se virou e se pos a caminhar em direção a irmã, bem lentamente. Lizzy, continuou na mesma posição. Um frio gélido invadiu todo o quarto, algo não estáva certo e Mary sabia disso.
Se colocou frente a frente com a irmã e, mesmo com receio, esgueu suas mãos de encontro aos ombros de Lizzy.

_Lizzy? Você está bem???
Chacoalhou a irmã, para ver se ela esboçava alguma reação.

_Lizzy???

_Elyzabet não está mais conosco Marianne...
Disse uma voz rouca que saia da boca de sua irmã.

Mary deu alguns passos pra trás.

_O qu.. que??Lizzy o que vc esta dizendo???

Uma risada sinistra ecoou da boca de Lizzy.
Lizzy levantou a cabeça lentamente revelando seu rosto agora desfigurado, os olhos estavam escuros como a noite e sua boca rasgada de orelha a orelha escorriam um líquido negro entre seus dentes pontudos,esboçando um sorriso macabro.

_Hahahaha!!!

Lizzy deu uma gargalhada seguida de um grito aterrorizante num tom estridente....

_Eu vou matar todos vocês hahaha!!!!

Enquanto gritava com sua voz demoníaca (um misto de agudos e graves como se uma legião de demônios falassem através de sua boca) as paredes do quarto começaram a tremer, as luzes a piscar e as janelas se quebraram todas ao mesmo tempo.

_Lizzy não!!!!

Uma força sobre humana jogou Mary contra a parede e começou e suspende-lá no ar pelo pescoço, Marry se debatia mais seus pés já não encostavam mais no chão estava suspensa no ar por aquela força que cada vez mais a asfixiava, enquanto se debatia quase já perdendo os sentidos conseguia ver aquele ser (que ja não era mais sua irmã) se aproximar lentamente, sentindo prazer em cada osso do seu corpo que se quebrava.

Em um último gesto antes de perder os sentidos estendeu sua mão em direção a ela...

_Lizzy?!?

(...)

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