Inevitável

Bryan Smith

Quando desci do ônibus fui direto para o mercado próximo comprar o que eu iria precisar. Estou feliz e eles merecem que eu gaste um pouquinho à mais por sempre me apoiarem. Mando uma mensagem para o Andrew confirmando que ele estaria em casa hoje. Saio do mercado e vou andando mesmo para o apartamento, pois era bem próximo. Era um prédio simples de quatro andares e sem elevador, morávamos no terceiro andar. Entro no prédio e subo os andares, logo chego no meu andar destranco minha porta e entro a fechando e indo em direção à cozinha. Deixo as compras na mesa e vou para o meu quarto, deixo separada a roupa que vou usar amanhã, confesso que estou nervoso e sei que vou ter que me controlar bastante, ele vai me testar ao máximo e sei que não vai me dar descanso. Eu vi em seu olhos o ódio que sente por mim. Solto um suspiro preocupado.

Volto para a cozinha preparo um almoço rápido só para mim, já que estou sozinho. Depois de almoçar assisto alguma besteira na tv e começo à preparar um jantar coloco uma música e logo começa à tocar Lúcifer do SHInee. Essa música me lembra ele, porque sem dúvidas nenhuma ele é o demônio em pessoa. Afasto esses pensamentos da minha cabeça e me concentro no jantar. Levo a fôrma pqra o forno programo o time e vou tomar banho. Depois de pronto volto para a cozinha e ainda faltava um tempo para o assado ficar pronto. Arrumo a mesa e fico mexendo no celular. Quando o time apita vou dar uma olhada e está no ponto. Agora é só esperar eles chegarem. O que não demorou muito pois escuto as vozes vindo da sala.

- Ah meu Deus que cheiro bom. Vou sentir falta disso sabia? Agora vou ser obrigado à comprar comida ou testar minha vida comendo o que o Andrew conzinhar. - Mark fala em tom dramático.

- Como se você fosse algum master chef, não consegue nem esquentar água sem queimar a panela. Ainda não consigo entender como você quase colocou fogo na cozinha fervendo água. - dessa vez é Andrew à provocar.

- Detalhes Andrew, detalhes.

- Vocês sabem que não vou me mudar e muito menos morrer né? Posso muito bem continuar cozinhando.- falo rindo quando entro na sala. Os dois vem em minha direção e me abraçam.

- Parabéns Bryan eu sabia que você iria conseguir. - Andrew fala sorrindo.

- Eu também sabia. Você realmente era o mais qualificado para a vaga, digamos que eu por acaso tenha dado uma olhada nos concorrentes - Mark fala rindo como se não tivesse feito nada demais. Eu só sorrio junto.

- Obrigado pelo apoio de vocês. Eu nao teria conseguido se nao tivesse amigos tão bons.

- Ah para com isso todos nós sabemos que suas conquistas foram feitas só por você. Agora vamos comer que eu morrendo de fome. - Andrew fala já indo para a cozinha. Sirvo a mesa e começamos a comer rindo das besteiras que o Mark falava. Nisso ele comentou que o senhor Jackson levou comida para ele no escritório quando soube que ele nao conseguiria sair para almoçar. E disse que ele era bem legal. Hum não sei não. Mas não comento nada.

Depois de jantamos Andrew se oferece para lavar a louça e nem eu muitos menos Mark discordamos. Dou boa noite para os dois e vou para meu quarto. Preciso estar descansado para amanhã. Isso se eu conseguir dormir sem pensar naquela voz, naqueles olhos que me assustam ao mesmo tempo me hipnotizam. Depois de um tempo consigo pegar no sono. Acordo às seis com o despertador do celular tocando, me levanto tomo banho e coloco a roupa que já tinha separado. Vou para a cozinha e preparo o café logo os meninos se juntam à mim. Saio com Mark que insiste que me levará pois não há necessidade de eu pegar ônibus sendo que vamos para o mesmo lugar, mas o nervoso que eu estava nem tinha pensado nisso.

Chegamos ao carro, entramos e o Mark logo o coloca em movimento. Hoje o trânsito estava razoável então nao demoramos muito para chegar à empresa. Dessa vez ele nao me deixa na frente da empresa vou junto com ele para o estacionamento subterrâneo. Pegamos o elevador e descemos cada um em seu andar. Me dirijo à secretária e pego a agenda do senhor Sullivan. Ela me mostra a mesa que sera minha. Começo a organizar sua agenda e separar os contratos que precisam da sua assinatura. Só vejo um vulto passando por mim e escuto sua voz grossa.

- Na minha sala agora. - o sigo rapidamente pegando a agenda e os contratos que precisavam de sua assinatura, entro e fecho a porta atrás de mim - Vai demorar para me falar meus compromissos ou eu mesmo vou ter que ver? - falou em um tom rude.

- Às dez o senhor tem uma vídeo conferência com uma empresa de Roma que quer fazer uma parceria para a construção de um edifício aqui em Manhattan. Às 14:00 tem uma reunião sobre o alvará para que comece a obra do resort, e tem esses contratos que precisam da sua assinatura para que possam liberar o fornecimento dos materiais - termino de falar e quando o olho ele está com o olhar fixo em meu rosto, pode ter sido impressão minha mas antes dele virar o rosto o vi passar a língua nos lábios. E puta merda aquela era uma visão maravilhosa.

- Pode sair, quando estiver perto da vídeo conferência me chame. - sail da sua sala e volto para minha mesa. Começo a organizar as coisas que estavam um caos. Realmente era muita coisa nao sei como sua secretaria conseguia encontrar seus compromissos.

Quando olho para o relógio faltava quinze minutos para as dez. Resolvo avisá-lo, bato na porta e escuto um "entre".

- Senhor Sullivan faltam quinze minutos para a vídeo conferência- ele me olha com uma cara nada boa

- Acha que nao sei olhar a hora? Se era só isso pode sair. - fecho a porta com força, não acredito nisso, realmente ele vai fazer da minha vida um inferno. Um tempo depois ele sai da sua sala e passa pela minha mesa.- Você vai vim ou terei que te carregar? - reviro meus olhos e me levanto seguindo em sua direção.

Entramos na sala de reuniões e conecto a vídeo chamada. Do outro da tela aparece um homem na faixa dos trinta e poucos muito bonito por sinal. O italiano era umas das línguas que eu era fluente então eu faria a traduçãoda conversa. A reunião ocorreu bem fora o desconforto que eu senti com o elogio do italiano, mas deixei passar. Quando a vídeo conferência acabou eu ja ia me levantando quando escuto sua voz rouca.

- Fique onde está. - engulo seco quando o vejo caminhar em minha direção e me levantar me pressionando contra a mesa - Eu preciso fazer isso para entender o que esta acontecendo. - aconteceu rápido um segundo ele estava falando alguma coisa e no outro sua boca ja estava sobre a minha, eu não tive reação acordei do transe quando sinto sua língua pedindo passagem. Abro meus lábios e o beijo se iniciou lento. Mas se tornou furioso como se ele estivesse com raiva. Sinto suas mãos em meu rosto com uma certa pressão, ele encerra o beijo ofegante e olha em meus olhos e sai como um furacão pela porta. E eu? Eu fico ali, estático recuperando meu fôlego e tentando entender o que aconteceu. E ainda sentindo o gosto dos seus lábios e a maciez que eles tem.

Nao sei por quanto tempo fico ali parado. Mas acordo para a vida e volto para minha mesa. Quando dá a hora do almoço eu ia me levantando quando Crystal, a secretária do senhor Sullivan parou em minha mesa.

- O senhor Sullivan pediu para desmarcar a reunião das duas ele teve uma emergência. Na verdade já era para eu ter dado o recado mas fiquei presa com algumas coisas - sorri simpática

- Oh claro. Mas que horas ele saiu que não o vi passar? - falo enquanto procurava o número para fazer a ligação.

- Assim que ele saiu da sala de reunião - falou jáse retirando.

Desmarco a reunião e vou para o meu almoço. Quando volto faço meu trabalho mais tranqüilo sem ter ele por perto. Mas eu não conseguia esquecer aquele beijo. Eu não consegui esquecer aquele olhar que continha desejo ali. Perdido em pensamentos nao vejo a hora passar desperto com a voz do Mark.

- Vamos Bryan ta dormindo de olho aberto? - nisso arrumo minhas coisas e o sigo. A viagem para casa foi feita em silêncio. O beijo se repetia em minha mente não me dando sussego.