30 Days Writing Challenge

Dia 21

"21- Escreva sobre uma experiência com alguma comida que goste ou odeie"

Os três estavam no apartamento pela hora do jantar. Aliás, estavam todos muito bem confortáveis no sofá àquela altura, poderiam compartilhar a refeição sem problemas. No entanto, nenhum deles tinha a mínima disposição de sair para comprar comida enquanto os outros ficariam esperando e, no impasse da decisão, acabaram saindo os três para comer no restaurante da rua. O que foi uma grande perdição para Jimin porque era impossível ir a uma churrascaria e resistir à carne. Com todas as letras: im-pos-sí-vel.

Assim, Jimin comeu tanta carne quanto tinha direito naquela noite. Os três comeram à beça, fato. Mas Jimin foi além, o loirinho se esbaldou naquele restaurante de uma maneira admirável. Para sua alegria, o apartamento era logo à esquina, caso contrário não saberia como suportar seu próprio peso durante a volta para casa. Contudo, a proximidade foi uma vantagem além do que ele esperava àquela noite.

Cinco passos na calçada em direção ao prédio e ele sentiu o estômago revirar. Ignorou inicialmente, mas o mais profundo de sua mente já estava em estado de alerta. Mais alguns passos e mais uma reviravolta intestinal. Dali ele já soube que era problema o que vinha por aí. Jeongguk e Maya conversavam com alegria enquanto ele sofria na caminhada. Cada passo, um aperto. Jimin não sabia se praguejava ou se orava.

Quando chegaram ao prédio, ainda teve que enfrentar o elevador. Já estava nervosíssimo, mas, mais nervoso que ele estava seu sistema digestório. Aquele ali era pura fúria.

— Você está bem?— Jeongguk perguntou ao outro quando estavam dentro do elevador.

— Não.

— Tá passando mal?— Maya questionou, recebendo um gesto afirmativo por parte de Jimin.

— O que você tem?— Jeongguk prosseguiu.

— Meu estômago— ele contou, com uma careta sôfrega e foi o momento das portas abrirem e ele sair correndo pelo hall até o apartamento.

Da porta de entrada até a porta do banheiro foi um salto para o desesperado. Seria cômico se não fosse trágico. Bem, foi mais cômico do que qualquer outra coisa tanto para Jeongguk quanto para Maya, os dois não conseguiram evitar umas risadinhas enquanto, com uma tranquilidade que o outro não possuía, entravam no apartamento. Risadas que se converteram em gargalhadas quando ouviram os clamores de Jimin, diretamente do banheiro.

— Jimin?— Maya bateu à porta, já recomposta, querendo saber do loiro. Jeongguk observava do sofá, nitidamente prendendo suas risadas.

— Quê?

— Está tudo bem aí?— Ela ouviu um gemido vir antes de sua resposta.

— Maya, você pode sair daqui, por favor?

— Mas se você não está bem, eu preciso saber!

— Merda! Vão embora, me deixem sozinho.

— Como assim? Você quer que a gente saia do apartamento só pra você cagar? Por favor né, Jimin, todo mundo caga!

Jeongguk não aguentou segurar a gargalhada.

— Só sai da porta, por favor!

— Mas você tá bem?

— Porra, Maya, não! Agora sai!

Maya continuaria se Jeongguk não tivesse vindo tirá-la dali para a sala. Os dois se distraíram com a televisão até o loiro finalmente sair pela porta do banheiro, como um verdadeiro guerreiro que voltou da batalha.

— Puta que pariu! — Jeongguk se exaltou, antes mesmo que Jimin desse qualquer passo no corredor.— Que bicho foi que morreu aí?!

— Fecha essa porta, Jimin!— não foi um pedido, Maya ordenou.

Jimin ruborizou. Era metade raiva metade vergonha.

— Sério, tá foda! — Jeongguk andou até a janela para abri-la.

— Ah, vão a merda vocês que eu acabei de tomar banho! — Jimin disse, mas fechou a porta.

— Caramba, o negócio foi tenso, então— Jeongguk falou, recebendo um golpe de almofada voadora vindo de Jimin. 

— Da próxima vê se maneira na carne, tá, troglodita?— Maya avisou ao Jimin quando este se sentou no sofá.

Ele não respondeu, mas seguiria o conselho. Com toda a certeza, seguiria. Ao menos, prometeu a si mesmo que tentaria. Assim como havia prometido antes de sair de casa naquela noite.

Fazer o que, churrasco era churrasco.

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|Notas: Parte de um AU secreto. Eu, particularmente, AMO carne vermelha. E, talvez, eu não tenha maturidade. Essa combinação deu nisso aí.