Chuva fina ou tempestade?

600 56 0
                                    


CAMILA POV 

O manobrista trouxe o carro de Lauren, ele desceu abrindo a porta para mim em seguida. Lauren estava seria com uma expressão fechada, ela não largou meu braço um instante sequer depois do que aconteceu dentro do restaurante, por sorte ficamos em uma área bem reservada do restaurante a pedido do magnata David Hamilton. Depois daquela confusão toda, o único sorriso que eu vi a Lauren dar foi durante nossa conversa de despedida com Melissa. Minha tempestade de olhos verdes estava ainda mais sexy e imponente e eu estava mais do que louca pra me molhar, pra falar a verdade eu já estava mais do que molhada ao lado dela.

- Desculpe pelo que aconteceu Camila. Se eu tivesse visto aquele imbecil passar a mão nas suas pernas, eu o teria feito comer todos os pratos e talheres daquela mesa! -- Lauren diz olhando atenta para o caminho e seus dedos estavam quase brancos por apertar o volante com força. -- Por que não fez o que eu pedi sobre me avisar se não estivesse se sentindo bem?

- Desculpe Lauren. Esse jantar era importante para você e para os meus pais também. Eu não queria estragar nada. Não se preocupe comigo eu estou bem, na verdade já estou meio que acostumada com isso, o que aconteceu hoje não foi muito diferente do que eu passo quando saio com Matt.

 - Como é que é? Se você fosse minha namorada eu partiria a cara de qualquer engraçadinho que chegasse perto de você. -- eu olhei incrédula para ela que disse isso sem pensar, como ela pode dizer isso quando ela mesma se engraçou comigo? Eu pensei e logo voltei atrás, quando nos conhecemos ela não sabia que eu era comprometida.

- Tá tudo bem Lauren. Vamos esquecer isso, por favor?! É justamente para evitar reações como a sua que eu prefiro ficar calada.

- Não Camila! Quem aquele filho da puta pensa que é pra desrespeitar você desse jeito? Eu não sou o imbecil do seu namorado e não vou deixar barato Camila. Só de pensar que aquele miserável tocou você eu... -- Lauren aperta o volante trincando a mandíbula de raiva e eu fiquei pensando como seria ser a namorada dela.

- É, mas não foi só ele que me alisou por baixo daquela mesa. -- eu digo e Lauren freia bruscamente.

- Meu Deus Lauren! Quer matar a gente?

- O que mais aconteceu que você não me disse Camila?

- Calma! Foram as suas admiradoras ta bom? Elas roçaram o pé na minha canela achando que era você e a tal Melissa ainda me declarou guerra depois. Mulherzinha abusada! -- ela ficou seria me olhando e depois explodiu em uma risada.

- Agora eu entendi aquela cena toda! -- ela continua rindo

 - Do que você está rindo? Eu não achei a menor graça, além daquele escroto eu ainda tive aturar aquelas duas babando por você a noite toda.

 - Não sabia que a minha namorada era tão ciumenta assim!

- Nem uma coisa nem outra minha filha! Eu não posso estar com ciúmes se não sou sua namorada, Jauregui.

- Ainda não, mas eu adorei a ideia!

- Eu já tenho namorado esqueceu?

- Sim, um imbecil metido a guru!

- Esse imbecil é meu noivo Lauren, e ele já tava na minha vida antes de você chegar e bagunçar tudo.

- Eu baguncei tudo? Não se faça de sonsa Camila! Você não ama aquele idiota e adora flertar comigo, adora como eu te deixo louca.

- Eu... Amo o Matt! -- eu grito indecisa pra ela.

- Mentira! Você me quer tanto quanto eu quero você Camila.

- Não Lauren, você é uma aventureira e só me quer com essa obsessão porque eu disse NÃO pra você. No fundo você é igual ao Matt, aos amigos dele e não é diferente daquele cara do restaurante! E o que torna você pior do que eles é que além de cafajeste você também é mulher!

- Nunca. Nuca mais repita isso! Não me compre com esses idiotas, você não me conhece! -- Lauren estava furiosa e eu acabei percebendo o quanto eu errei ao falar aquelas palavras pra ela. Lauren não era igual a nenhum deles, ela era maravilhosa, única e eu estou sendo uma filha da puta porque estou apaixonada por ela e por não querer admitir, eu tento afastá-la e estou fazendo isso da pior forma possível, única e exclusivamente por medo de me entregar a ela. Eu também provoco a Lauren, então minha parcela de culpa e igual ou maior que a dela. 

- Lauren... Desculpe, eu sinto muito, eu não queria dizer isso eu... 

- É melhor não dizer nada Camila. Continue pensando que só quero foder você. -- Lauren está visivelmente aborrecida.

- Eu não posso ficar calada, eu fui uma estúpida Lauren, é que não sei como me comportar com você, eu planejo uma coisa e sempre acontece outra ou eu faço outra. Você é diferente de tudo que eu já conheci Lauren, você me faz pensar, dizer e fazer coisas que eu nunca imaginei que seria capaz. Ninguém nunca fez eu me sentir assim e estou me sentindo péssima porque estou agindo como uma adolescente e não consigo ter controle disso. -- eu digo olhando pra ela com lagrimas nos olhos e nervosa ao mesmo tempo.

- Coloque o cinto Camila. Vou te levar pra casa. -- é a única coisa que Lauren diz.

- Eu não quero ir pra casa Lauren! -- Lauren me olha e não diz nada, ela então liga o carro pra sair e eu a empeço. -- Você não me ouviu?

- Quer parar de se comportar como uma criança mimada e colocar essa droga de cinto? -- ela diz quando o alarme do carro começa a apitar. -- Já viu que horas são? A onde pensa que vai? Vou te levar pra casa e ponto final Camila!

- Não grite comigo! E quer saber? Pode ir, eu pego um taxi. -- eu digo descendo do carro que ela tinha parado pra eu por o cinto de segurança, eu começo a caminhar enquanto ela me chama uma, duas, três vezes até que eu não escuto mais ela me chamar, apenas o ronco forte do motor. Acho que ela realmente me deixou sozinha e foi embora aborrecida comigo, é quando de repente alguém pega meu braço com força e me puxa. Eu fechei os olhos já pensando no pior, eu e minha mania de agir por impulso e por raiva.

- Eu já disse que vou te levar pra casa e vou te levar pra casa Camila!

- E eu já disse que não vou a lugar algum com você, sua bruta!

- Ah, vai sim! -- Lauren me coloca sobre os ombros ouvindo meu protesto.

- Ahhh, me põe no chão, Lauren! Lauren... Lauren, tá todo mundo olhando, me põe no chão! -- nós tínhamos parado perto de um parque e Lauren caminhou comigo em seu ombro sob o olhar de algumas poucas pessoas ali e me colocou no chão me prensando entre ela e o carro.

- Quer parar de se comportar feito uma menina mimada, birrenta e mal criada? Ou eu vou ter que te dar umas boas palmadas Camila?!

- Atreva-se Lauren. Vá em frente, me bata! -- eu grito enquanto ela me segura.

- Prefiro fazer isso! -- Lauren me beija e seu beijo é urgente e decidido, no começo eu luto contra, mas ela é mais forte e vence a batalha, e logo estou eu, rendida aquela mulher de novo. Maldita! -- Por que você tem que ser tão linda e me fazer perder o controle desse jeito?

- Me deixa Lauren, não faz isso comigo, você não tem esse direito... -- digo com minha cabeça em seu peito, voz embargada e lagrimas nos olhos. Lauren abre a porta do carro e me faz entrar, e eu decido não lutar contra ela. Lauren pega um caminho diferente do que leva até minha casa e eu olho pra ela que continua seria. -- Pra onde está me levando?

- Pra minha casa, e se você reclamar, fizer birra ou disser que não vai, eu juro por Deus que cumpro a promessa que fiz e te dou umas palmadas aqui mesmo! -- Lauren diz e eu sorri pra mim mesmo com aquilo, só não sabia se meu sorriso era de nervoso por medo dela cumprir a ameaça ou se era porque era exatamente isso que eu queria que ela fizesse desde que a vi parada em frente ao meu prédio com aquela rosa na mão.

- Lauren? Esqueci a rosa que você me deu no restaurante.

- Eu te compro uma floricultura inteira, mas amanha Camila! -- Lauren bufa chateada.

- Grossa! A floricultura não vai vir com seu cheiro e eu quero minha rosa de volta! -- Lauren me olha incrédula e eu viro a cara pra ela.

Amigas não, por favor! (CAMREN)Onde histórias criam vida. Descubra agora